Restauração vê como "sinal positivo" apoio do Governo se o cálculo for correto
A Tutela vai avançar com uma linha de apoio para diminuir os prejuízos que as próximas duas semanas trarão. Os restaurantes veem com agrado a medida mas alertam para a dificuldade de calcular os valores em causa. Já em Matosinhos a autarquia avança com outras medidas de ajuda.
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Daniel Serra, presidente da Associação Nacional de Restaurantes Pro.Var, encara como um "sinal positivo" o anúncio da Tutela, de que irá avançar com apoios ao setor da restauração, pelos prejuízos que decorrerão das limitações destas duas semanas de estado de emergência. O responsável sublinha, em declarações à TSF, que ainda não pode ter uma ideia clara acerca das medidas concretas que o Governo está a preparar, mas diz-se satisfeito com a medida.
"É um sinal positivo. Confesso que não sei qual é a capacidade da máquina do Estado, das Finanças, de cálculo." Sobre a restauração, há conhecimento, "não digo em tempo real, mas quando as empresas começarem a entregar os documentos, já se começa a ter em evidência os valores em causa por fim de semana, e, aí, fazer um cálculo", sustenta Daniel Serra, que acredita que o benefício da medida "depende do valor afeto à questão dos custos".
Daniel Serra admite que as contas não são fáceis de fazer. "Entendemos que é um exercício um pouco difícil, mas, se o fizerem, se for realmente efetivo e se se conseguir chegar a valores concretos, parece-me bastante bem."
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Em causa está o pacote de ajuda que o Governo está a preparar para mitigar os impactos na restauração da proibição de circular após as 13h00, aos sábados e domingos. Em entrevista à TVI, o primeiro-ministro não deu ainda conta de como esse apoio se vai concretizar, mas adiantou os parâmetros que o Executivo vai usar para definir que estabelecimentos devem ser ajudados.
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"Vamos agora anunciar esta semana um pacote específico para apoiar as empresas da restauração relativamente ao que vão perder de receita nos próximos dois fins de semana", declarou o líder do Governo. Segundo António Costa, o "e-fatura" do Portal das Finanças permite saber qual é a receita de cada restaurante, ou durante o último ano, ou no último fim de semana em que há dados disponíveis.
Câmara de Matosinhos vai apoiar transporte da restauração do concelho
A Câmara de Matosinhos pede apoios para os restaurantes e já anunciou que vai financiar um sistema de entregas de refeições em todo o concelho.
A autarca Luísa Salgueiro enviou uma carta ao ministro da Economia a manifestar preocupação com o futuro imediato dos 1200 restaurantes de Matosinhos. Luísa Salgueiro teme que milhares de postos de trabalho sejam postos em causa, e sugere que o Governo isente da Taxa Social Única os restaurantes que não tenham feito despedimentos. Outra sugestão passa pelo adiamento do pagamento da água, eletricidade e gás. A autarca não duvida de que, se nada for feito, a situação vai ser muito dramática.
A juntar às medidas que pede ao Governo, a autarquia está a preparar outras. A principal, explica Luísa Salgueiro, passa pelo financiamento de um serviço de entrega de refeições ao domicílio. "No fundo, é um serviço de transporte para que os restaurantes possam fazer chegar as refeições até casa dos seus clientes, aliviando, quer os consumidores, quer os restaurantes, desse custo." É a autarquia a suportá-lo.
"Isso permitirá que, mesmo depois daquele horário das 13h00 em que alguém pode ir ao restaurante... Como foi bem esclarecido pelo senhor primeiro-ministro, os restaurantes não podem receber clientes mas podem entregar refeições... Não estamos a falar dos maiores restaurantes de Matosinhos, mas daqueles mais pequenos."
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Num concelho onde a restauração é um setor muito importante, e dá emprego a mais de cinco mil pessoas, a Câmara está principalmente preocupada com o resultado económico do recolher obrigatório ao fim de semana. A autarca Luísa Salgueiro afirma que a solução encontrada, de entregas gratuitas, não resolve o problema mas pode aliviá-lo.
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