Reunião da bancada parlamentar do PSD marcada pela discussão do novo regulamento interno do grupo que foi aprovado com duas abstenções. Rio aproveitou ocasião para falar sobre nomeações para os órgãos externos, apelando ao consenso entre os deputados.
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Consenso procura-se na bancada do PSD. Em causa, a eleição para os órgãos externos à Assembleia da República (Tribunal Constitucional, Conselho Económico e Social e Conselho Superior da Magistratura) e que saiu frustrada na votação de final de fevereiro.
De acordo com o que a TSF apurou junto de deputados sociais-democratas, Rui Rio sublinhou que "faz sentido que o voto seja secreto", mas que se a bancada "continuar a votar neste sentido, nunca irá conseguir eleger ninguém". Tema que teve o respaldo de Luís Marques Guedes que, na reunião, disse aos parceiros de bancada que se não houver consenso, o PSD "perde margem negocial". Ainda assim, o antigo governante também fez questão de sublinhar que na votação de há duas semanas "não foi dada uma indicação clara" e que os deputados devem votar de acordo com a orientação do partido.
Na reunião desta quinta-feira, Rio insistiu ainda junto dos deputados que não houve quaisquer negociações com o PS para os órgãos externos, ao contrário do que disse a líder parlamentar socialista, Ana Catarina Mendes.
Novo regulamento aprovado e Adão Silva chega-se à frente para liderar bancada
Não era propriamente um segredo guardado a sete chaves, mas agora é oficial. O deputado Adão Silva anunciou aos companheiros de bancada que entra na corrida para substituir Rui Rio na liderança parlamentar.
Como a TSF avançou ontem, Rui Rio vai deixar a liderança da bancada na próxima semana com as eleições marcadas para dia 19, sendo que, para já, não se perfila mais nenhum candidato ao lugar.
Já o novo regulamento interno do PSD foi aprovado com apenas duas abstenções, no entanto, com alterações cirúrgicas à versão inicial divulgada ontem.
No debate entre parlamentares sociais-democratas foram apontadas como críticas ao documento a alteração da periodicidade das reuniões do grupo parlamentar, o número de vice-presidentes da bancada e ainda um alerta para uma eventual inconstitucionalidade da norma sancionatória da expulsão de deputados.
No final da reunião, Luís Leite Ramos que ficou a presidir aos trabalhos de Rui Rio ter saído para reunir com o primeiro-ministro, confirmou aos jornalistas que as alterações feitas ao documento estão relacionadas precisamente com a periodicidade das reuniões e com o número de vices na bancada.
"Há uma reunião ordinária obrigatória mensalmente e reuniões tendencialmente quinzenais. Foi também introduzido um ponto sobre as reuniões dos deputados das comissões de que [deve haver], pelo menos, uma reunião de coordenação mensal", diz Leite Ramos que nota ainda que a redução do número de vice-presidentes não avança.