Rio com Costa na mira: "Faz tudo o que estiver ao alcance para segurar o poder"
Líder do PSD pede, uma vez mais, para que portugueses façam nas autárquicas uma avaliação ao governo. Depois de em Leiria ter lembrado as polémicas de Cabrita, agora na Guarda diz que Costa faz tudo para "segurar o poder" e que revisão da lei laboral é "anel de noivado" para PCP.
Corpo do artigo
O discurso tem vindo a ser o mesmo desde sempre, mudam os argumentos finais sobre o porquê de mostrar o descontentamento ao governo nas autárquicas que aí vêm. Desta vez, Rui Rio aponta a Costa a quem acusa de propaganda para "segurar o poder".
Na apresentação de candidatos autárquicos na Guarda, o presidente do PSD começou por lembrar aquilo que não se cansa de repetir: a importância do poder local na vida das pessoas e, naturalmente, a necessidade do partido reforçar a implantação autárquica.
Se isto não é novidade porque é a base de todos os discursos de Rui Rio, é nos minutos finais que vem a parte nova: o ataque ao governo. Ainda há dias, em Leiria, foi Cabrita o alvo; desta vez, na Guarda, é o próprio primeiro-ministro cuja gestão, na opinião de Rio, está errada e é tapada com propaganda.
"Todos temos consciência de que esses erros o governo tem disfarçado com propaganda. A última, mas eu penso que portugueses já não comem isto com grande facilidade, foi o primeiro-ministro ter vindo dizer que todos os portugueses vão ter uma casa decente em 2024. 2024 é daqui por três anos, portanto, coisa fantástica, em três anos todos os portugueses vão passar a ter uma casa decente", ironiza o presidente do PSD.
No remate, Rui Rio nota que a estratégia de António Costa é "fazer tudo o que estiver ao seu alcance para segurar o poder". "O mais importante é segurar o poder, o país fica em segundo lugar", acusa.
A falar para uma plateia já convencida - candidatos e militantes do PSD - Rui Rio ainda aproveita para lembrar a "geringonça" e a disponibilidade socialista para uma revisão da lei do trabalho, algo que para Rui Rio é apenas a tentativa para reconquistar os antigos parceiros à esquerda.
"A revisão da lei laboral é uma espécie do anel de noivado que António Costa quer dar ao PCP, como quem diz: 'Tens aqui este anel se agora me votares o Orçamento'. Isto é absolutamente claro: não é que interesse ao país, interessa ao governo para conseguir uma maioria que lhe tem estado a fugir junto do Bloco de Esquerda e do PCP", conclui Rui Rio apelando ao reforço do poder local do PSD no distrito da Guarda onde preside a mais municípios do que o Partido Socialista.