Rio sobe na sondagem, sobe a varandas, sobe a parada. O grande arraial laranja no Minho
Rui Rio contou com a maior arruada de sempre, seguida de festa rija. Entre o rufar do bombo - que tocou, o folclore - que acompanhou todo o discurso, e as críticas ao PS - incluindo ao "campeão" do familygate, Carlos César, elevaram-se, e muito, os ânimos.
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"Rio acima!" - a resposta de Rui Rio à piada de António Costa bem podia ser o mote desta tarde e noite no Minho. Com o PSD a subiu nas sondagens, o presidente social-democrata até subiu a uma varanda. Nas ruas de Viana do Castelo houve avalanche laranja e a festa continua noite dentro num verdadeiro arraial.
Casa cheia na Quinta da Malafaia, tão cheia que foi preciso pedir várias vezes aos presentes que não trocassem de lugar "nem para cumprimentar amigos, mesmo os que não veem há muito tempo".
Se na campanha para as eleições europeias Rio tocou bateria durante o Arraial Minhoto da Malafaia, esta noite tocou bombo. Afinal, está em família: "Se for eleito primeiro-ministro no domingo, Viana do Castelo pode dizer que tem um primeiro-ministro quase de Viana do Castelo", disse numa declaração inicial.
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Dia 6 de outubro "vamos fazer uma escolha muito simples: o Governo será liderado pelo PS ou pelo PSD. E sabemos muito bem o que é um partido liderado pelo PS - como temos neste momento - um Governo que aumentou brutalmente a carga fiscal".
"De Afonso Henriques até António Costa nunca na vida pagámos tantos impostos como agora", atira Rui Rio do palanque, provocando uma onda de aplausos na sala. E entre cada frase forte entram alguns segundos de música folclórica, com letras especialmente escritas para o PSD. (Há que manter o espírito de arraial).
Entra aqui a promessa-chave de Rui Rio nesta campanha: Se vencer haverá uma redução de impostos para as famílias e para as empresas, "que é o que o povo português quer e merece".
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"A governação de António Costa é um descalabro nas finanças públicas, é um descalabro nos serviços públicos", afirma Rio, apontando a Centeno o dedo pelo "caos" no Serviço nacional de Saúde.
"Se ganharmos as eleições e fizermos Governo quem vai mandar no SNS vai ser o ministro da Saúde e não o ministro das Finanças". Prometido, com nova chuva de aplausos na sala.
"O Governo do PS é muita coisa, mas há uma característica que não podemos deixar passar em branco: a forma como o PS governa quando tem maioria no Parlamento: comporta-se como se fosse dono disto tudo." As palavras não são novas, mas são sempre recebidas com sucesso.
Mas há mais. O Governo de Costa "toma o Estado como se fosse seu, para os militantes e para a própria família". Pontaria ao alvo do costume - "Carlos César é o campeão a conseguir meter os seus familiares nos órgãos todos."
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Rio volta a carga para lembrar que o debate entre Joaquim Sarmento e Mário Centeno foi recusado, uma vez que o ministro das Finanças diz preferir debater com um candidato do PSD, excluindo assim 'o Centeno de Rio'.
Já foi apontado um nome alternativo: Álvaro Almeida. "Começa o nome por A e o apelido por A. Se [Centeno] ainda não quiser passamos para o B", ironiza Rio, provocando uma explosão de risos na sala.
O discurso na Quinta da Malafaia é encerrado com uma tirada que nem todos vão perceber, mas que Braga entende de certeza: "nós no domingo vamos ser o Famalicão, campeão do campeonato nacional!"
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Ainda que desvalorize as sondagens, o PSD tem razões para sorrir com 28,9% das intenções de voto na sondagem da Pitagórica para TSF/JN/TVI, o melhor valor até ao momento neste inquérito diário. Os sociais-democratas subiram 1,2 pontos percentuais (pp) desde este domingo e conseguem reduzir a distância para o PS, que cai 2,4 pp. Os dois partidos surgem, neste estudo, separados por 6,4 pp, a margem mais estreita até agora.
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Depois de uma arruada fraca em Barcelos, a festa começou ao fim da tarde, com atraso mas em grande. Até Santa Luzia, lá do alto, devia ouvir o clamor do PSD. Viana do Castelo saiu de casa em força para apoiar Rui Rio e quem não encheu a rua depressa se assomou à varanda para ver a caravana passar na Rua Manuel Espregueira.
Quem também subiu a uma varanda foi o próprio Rui Rio. O momento foi a apoteose da campanha laranja. Alto e bom som, superando a música de bombos e concertinas do Grupo de Bombos das Montanhas, nunca tantas vozes gritaram "vitória!"
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Até Dom Sebastião deu lugar a Rui Rio - dissipou-se o nevoeiro para a festa social-democrata - mas a presença de uma multidão não foi surpresa.
"Estava à espera de uma grande mobilização. Eu em Viana não estou em casa mas estou quase em casa. Sou do Porto mas não tenho uma costela de Viana, tenho muitas costelas de Viana. "
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