Num debate, Jorge Sampaio frisou que a reforma de Estado «não pode ser feita a correr só para salvar as aparências e só para inglês ver», mas disse que esta não pode ser sempre adiada.
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O antigo Presidente da República Jorge Sampaio alertou para o facto de a reforma do Estado não poder ser feita num «frenesim reformista agudo».
Num debate sobre os desafios do SNS, Sampaio disse esperar que o «Governo e os órgãos competentes trabalhem um produzam uma espécie de documento que enquadre os debates, formule os problemas e apresente cenários».
«É preciso que se resista à tentação de embarcar num frenesim de reformismo agudo, precipitado, faccioso e de vistas curtas, que em vez de trazer soluções justas e duráveis mais não resultará do que um absurdo retrocesso comprometendo todos os avanços e investimentos feitos nas últimas décadas», avisou.
Sampaio considerou ainda que «este debate não pode ser confundido com cortes que temos de fazer porque estamos sob a supervisão dos credores», uma vez que estas não podem ser feitas para contentar estes credores, «mas por nós».
«Para que estas reformas sirvam os nossos interesses têm de ser feitas numa escala temporal apropriada. Não pode ser feita a correr só para salvar as aparências e só para inglês ver, mas não são constantemente adiáveis», acrescentou.