No Fórum TSF, Acácio Pereira, presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF, alertou para a falta de "condições para a fluidez dos passageiros" no Aeroporto de Lisboa.
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Entrevistado no Fórum TSF, Acácio Pereira rejeitou críticas ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) devido às longas horas de espera no aeroporto de Lisboa, pela segunda vez esta semana, e alertou para uma infraestrutura que, na sua opinião, "não reúne condições para a fluidez dos passageiros".
O presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF refere que o aeroporto da capital portuguesa "está mais focado na parte comercial que propriamente na aerogare". Usando o exemplo de imagens a que teve acesso, revelou que, esta segunda-feira, "a área das bagagens estava lotada" e, com isso, "não havia capacidade de escoamento".
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"Temos [SEF] salas lotadas, não temos diferenciação dos passageiros e praticamente só temos um único terminal, em que todos os voos se concentram", explica, enumerando situações que "dão uma dimensão ainda pior ao problema".
Sobre a extinção do SEF, Acácio Pereira diz que "um passo ao lado era o mais acertado". "Há sempre espaço para melhorar, mas, garantidamente, se extinguirmos o SEF, ficaremos menos seguros, com menos qualidade no controlo de fronteiras e na luta contra o tráfico de seres humanos", afirma.
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A decisão foi, na opinião do presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização, "um problema político" e, no caso de uma reversão na extinção do organismo, Acácio Pereira acredita que "assumir que se errou é tão ou mais meritório que uma decisão acertada."
Os tempos de espera na área das chegadas do aeroporto de Lisboa ultrapassaram no domingo as três horas, devido à "insuficiência de recursos e de postos de controlo de fronteira SEF em funcionamento", disse a ANA Aeroportos.
O plano de contingência para alargar o efetivo dos aeroportos deve atingir o seu pleno "a 4 julho, com um reforço de 102 elementos em Lisboa, 49 no Porto e 45 em Faro", mas Ana Vieira, do SEF, admitiu que pode não ser necessário para responder às necessidades, devendo ser "adequado à realidade diária".
"Nunca aconteceu um volume de passageiros a este nível, é uma nova realidade e temos de ir encontrando respostas", admitiu a responsável. "Tenho muita experiência de aeroporto e não me recordo nunca destes tempos de espera, nem deste volume de passageiros, é uma realidade nova com que nos deparamos", explicou.