O secretário-geral dos Serviços de Informação da República Portuguesa, Júlio Pereira, vai ser chamado ao Parlamento para dar explicações sobre ações de «limpeza eletrónica» dos Serviços de Informações e Segurança no Instituto de Registo e Notariado.
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No âmbito das investigações da "Operação Labirinto" sobre a concessão de "vistos gold', a PJ detetou elementos dos Serviços de Informações e Segurança (SIS) no gabinete do presidente do Instituto de Registo e Notariado (IRN), António Figueiredo, que foi depois preso preventivamente.
O PS apresentou um requerimento para ouvir, para já, somente, o Conselho de Fiscalização do Serviços de Informação da República Portuguesa (SIRP) sobre este caso, mas a vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho foi mais longe e disse que, além dessa proposta dos socialistas, aceitava o requerimento do Bloco de Esquerda e do PCP para também ser ouvido na Assembleia da República o secretário-geral do SIRP.
Teresa Leal Coelho declarou que o comunicado emitido por Júlio Pereira sobre a operação de varrimento eletrónico feita por agentes do SIS (entre eles estava o próprio diretor Horácio Pinto) «deixou muitas dúvidas». «Queremos um cabal esclarecimento sobre o que se passou, primeiro, tal o PS propõe, pelo Conselho de Fiscalização do SIRP, mas, depois, também pelo secretário-geral [Júlio Pereira]», disse.
Sobre este caso, a deputada do Bloco de Esquerda Cecília Honório, usou palavras duras, considerando «sinistra» quer a ação dos agentes do SIS, quer a explicação sobre a operação do IRN.
António Filipe (PCP) mostrou-se cético sobre o resultado de uma audição com o Conselho de Fiscalização do SIRP. «Fiscalizam muito, mas nunca vêem nada», declarou o deputado comunista sobre este órgão de nomeação parlamentar.
O PS, por intermédio do deputado Jorge Lacão, levantou dúvidas sobre a audição de Júlio Pereira, alegando que a Assembleia da República fiscaliza a atividade do Governo e que o secretário-geral do SIRP e tutelado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.