Depois de Miguel Relvas ter remetido para os debates em plenário as explicações que o PCP quer que Passos Coelho dê em comissão, o PS vem relembrar o passado. Sócrates foi obrigado a responder da mesma forma sobre o caso PT/TVI.
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Confrontado com a intenção do PCP de requerer de forma potestativa a presença de Pedro Passos Coelho em sede de Comissão de Assuntos Constitucionais, tendo em vista ouvi-lo sobre a situação dos serviços de informações em Portugal, o presidente da bancada do PS começou por referir que "a tradição da Assembleia da República é o primeiro-ministro responder em plenário".
No entanto, de acordo com Carlos Zorrinho, o regimento da Assembleia da República «abre espaço para que assim não seja».
«O PS está disponível para, em conferência de líderes parlamentares, com muita serenidade, avaliar essa questão [aberta pelo PCP]. Mas, nesta matéria, não pode haver dois pesos e duas medidas», disse, antes de fazer um crítica direta ao PSD sobre a sua atuação política na anterior legislatura, quando se encontrava na oposição.
«O ministro Miguel Relvas veio hoje dizer [em entrevista à Antena 1] que o normal é o primeiro-ministro responder em plenário. É o normal agora para o PSD, mas não foi o normal quando o PSD estava na oposição. Na anterior legislatura, o PSD forçou o então primeiro-ministro José Sócrates a responder numa comissão», afirmou.
Carlos Zorrinho referiu depois que José Sócrates teve a prerrogativa de responder em comissão por escrito «por decisão da própria comissão».
«Responder por escrito ou presencialmente não diverge em relação àquilo que é a resposta à comissão. Em conferência de líderes este assunto deve ser analisado, mas devemos cumprir em absoluto o Regimento da Assembleia da República», afirmou.
O presidente do Grupo Parlamentar do PS referiu que o PCP «pede a presença do primeiro-ministro», numa reunião que poderá decorrer com ou sem a presença da comunicação social.
Carlos Zorrinho deixou no entanto mais um aviso: «O papel da conferência de líderes é aplicar o Regimento da Assembleia da República».
«Neste caso, como em todos os outros, a aplicação do Regimento deve ser feita», acrescentou.