No encerramento do acampamento de Verão da Juventude Socialista, o secretário-geral do PS mostrou abertura para a criação de um imposto sobre as heranças e as doações.
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Tudo pode ser ponderado, desde que se repartam os sacrifícios de forma equitativa. É desta forma que António José Seguro reage à proposta de Cavaco Silva para que se recupere o imposto sucessório.
«Todas as propostas devem ser reconsideradas desde que correspondam a dois princípios: equidade fiscal e repartição equitativa dos sacrifícios de modo a que aqueles que têm mais possam contribuir também mais para este esforço nacional», disse o secretário-geral do PS no encerramento do tradicional acampamento de Verão da Juventude Socialista, "Summer Fest", que se realiza, em Santa Cruz, em Torres Vedras.
O que o líder do PS não entende são as medidas que estão a ser anunciadas pelo Governo.
«Aos que vivem do rendimento desejo-lhes um feliz Natal. Este Governo rapidamente aumenta os transportes e o IVA no gás e na electricidade. Mas o Estado não toma nenhuma iniciativa e não faz absolutamente nada para pedir um imposto extraordinário sobre as fortunas e àqueles que mais têm», sublinha.
Por isso, Seguro repete o apelo ao primeiro-ministro para que aprove no Parlamento a proposta do PS para alargar o imposto extraordinário aos rendimentos de capitais e para que dê luz verde às medidas que os socialistas hão-de apresentar com vista a taxar as grandes fortunas.
Dois meses depois do Governo ter entrado em funções, o líder da oposição tem já uma certeza.
«Nós estamos confrontados com o Governo mais conservador que já existiu em Portugal e com menor sensibilidade social que vai deixar marcas profundamente negativas no nosso país e na nossa vida», afirma António José Seguro.
Em Santa Cruz, no acampamento da JS, Seguro pediu aos jovens para que lutem ao lado dele na construção de uma alternativa política. E ouviu a resposta dos que ainda se lembram de o tratar por Tozé quando ele era presidente da Juventude Socialista: «Tozé, amigo a Jota está contigo!».