O secretário-geral do PS apelou ao primeiro-ministro para «voltar atrás» e juntar-se aos socialistas, fazendo aprovar as propostas, chumbadas, no sentido de taxar dividendos e património.
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«É altura de o Governo mudar de opinião e demonstrar alguma sensibilidade social e particularmente dar os seus votos no parlamento às propostas do PS e eu espero que o primeiro-ministro ouça este meu apelo e de facto possa fazer uma repartição dos sacrifícios de modo mais equitativo», afirmou António José Seguro.
O líder socialista falava à margem de uma visita que se encontra a realizar à Agrival - Feira Agrícola do Vale do Sousa a decorrer em Penafiel.
António José Seguro esclareceu ter pedido esta quinta-feira ao grupo parlamentar do PS «que estude propostas concretas para voltar a apresentar as que foram chumbadas pelo PSD e CDS mais outras propostas no sentido de tornar justa a repartição dos sacrifícios», de forma a «acompanhar o movimento europeu que está a nascer» e «taxar dividendos e património».
«Eu considero inaceitável que o Governo tenha exigido e exija um corte de 50 por cento no subsídio de Natal aos trabalhadores e aos pensionistas e tenha deixado de fora a taxação dos capitais e do património», salientou o socialista lembrando que quando «foi apresentado esse imposto» também o PS apresentou «uma proposta no sentido de serem englobados os dividendos e os juros» mas tanto o PSD como o CDS chumbaram o Partido Socialista.
Por esse motivo, realçou, «é a altura de o Governo mudar de opinião, voltar atrás e juntar-se ao PS e aprovar as propostas do PS».
Para Seguro, «num momento em que se pedem tantos sacrifícios aos portugueses é absolutamente necessário que esses sacrifícios sejam pedidos de uma forma equitativa, que haja justiça social e que aqueles que mais têm possam contribuir mais para esse esforço».
«Ora, o Governo o que fez? Não foi sequer pedir-lhes algum contributo, foi deixá-los de fora e apenas exigir que o esforço seja feito pelos rendimentos do trabalho, deixando de fora os rendimentos de capital, designadamente juros e dividendos mas também o património», lamentou.
O secretário-geral do PS disse até ter sentido «uma profunda tristeza» perante o que considera ser «a capitulação do poder político quando em França são os próprios milionários a dizer: olhem para nós».
«Há portugueses que já não podem apertar mais nenhum furo do cinto», frisou.