O líder do PS critica o Presidente da República. António José Seguro diz que o discurso de ontem agravou as divisões políticas e violou a independência que se espera de um Chefe de Estado.
Corpo do artigo
É a avaliação que o líder socialista faz do teor do discurso de ontem no Parlamento do Presidente da República. António José Seguro considera que Cavaco Silva não se comportou com a imparcialidade que se espera de um Chefe de Estado.
Reparos que Seguro partilhou com o semanário Expresso, numa entrevista a publicar no sábado e que deve marcar também a sua intervenção esta sexta-feira, na abertura do XIX Congresso Nacional do PS, em Santa Maria da Feira.
António José Seguro deve guardar para o congresso a resposta às críticas e aos avisos do Presidente da República - contra os que só pensam no calendário eleitoral e instrumentalizam a «fadiga da austeridade».
Outro dos pontos marcantes da intervenção de Seguro no congresso do PS é a vontade de mostrar o partido como alternativa ao atual Governo.
Hoje, em Santa Maria da Feira, além da intervenção de abertura de Seguro, mais de 1.800 delegados reelegem Maria de Belém no cargo de presidente do PS, a única candidata ao lugar.
Nos primeiros dois dos três dias de trabalhos, hoje e sábado, o congresso terá o lema "É tempo de mudar". Um slogan que corresponde ao objetivo da direção de António José Seguro de virar a discussão dos delegados socialistas para o exterior, «para os problemas do país».
Para a direção do PS, sendo o congresso o último antes das próximas eleições legislativas, deverá por isso servir para a «afirmação da alternativa política» proposta por este partido.
Para domingo, está marcada a eleição da Comissão Nacional do PS. Pedro Nuno Santos, antigo líder da Juventude Socialista, que tem feito algumas críticas à direção de Seguro, acredita que na esteira de uma tradição o secretário-geral vai apostar numa atitude congregadora.
Em entrevista à TSF, Pedro Nuno Santos foi um dos subscritores da carta aberta dirigida esta semana a António José Seguro, em que se apelou à discussão no congresso de formas de aumentar a participação interna. No entanto, a direção remeteu essas propostas para debate depois das eleições legislativas.
A entrevista de Pedro Nuno Santos à TSF passa na íntegra depois das notícias das 15h30.