Seguro defende que coleção Miró é questão nacional e apela ao recuo do Governo
O secretário-geral do PS afirmou hoje esperar que o Governo tenha «bom senso» e recue na venda da coleção de obras de Joan Miró, defendendo que esses quadros são «questão nacional» e valorizam o turismo cultural.
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António José Seguro assumiu estas posições depois de ter sido interrogado pelos jornalistas sobre a polémica em torno da venda dos quadros de Joan Miró provenientes da nacionalização do extinto Banco Português de Negócios (BPN) e após ter sido confrontado com a tese do Presidente da República de que esta questão «é partidária».
«O Governo meteu-se numa enorme trapalhada de onde agora tem dificuldade em sair. O Governo, que tem a responsabilidade de velar pelo património nacional, teve uma opção muito clara: Uma opção contra a cultura», criticou o secretário-geral do PS.
Para o líder socialista, a coleção de obras do pintor catalão agora na posse do Estado Português «deveria ter sido preservada e potenciada como elemento importante para atrair turismo, designadamente turismo cultural interno e externo».
«Ter uma coleção de Joan Miró com aquela importância é naturalmente um elemento que atrai não só especialistas, mas todos aqueles que gostam de ver boa pintura», salientou.
Confrontado com o facto de o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, ter classificado como «partidária» a controvérsia em torno da venda dos quadros de Joan Miró, António José Seguro deu uma opinião diferente.
«É uma questão nacional, uma questão de interesse do país. Estamos a falar de um património com um relevo enorme para o país. Considero que esta é uma questão nacional, uma questão do país e espero que haja bom senso por parte do Governo, recuando para garantir que o país continue com uma coleção importante em termos culturais», acrescentou.