O secretário-geral do PS disse que o primeiro-ministro «deve» explicações sobre a nomeação para o Governo de Franquelim Alves.
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Franquelim Alves foi sexta-feira empossado, pelo Presidente da República, como secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, depois de o PCP acusar o agora governante de omitir, no curriculum que apresentou, que foi administrador da Sociedade Lusa de Negócios/Banco Português de Negócios (SLN/BPN).
À margem da primeira sessão da Plataforma de Cidadania em Defesa e Afirmação da Região Norte, dedicada ao lema "Que Estado queremos", António José Seguro recusou-se a fazer declarações sobre a vida interna do PS.
Questionado sobre a nomeação de Franquelim Alves para secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, o líder socialista afirmou que «está a tardar» uma declaração de Pedro Passos Coelho sobre o assunto.
«Eu acho que o primeiro-ministro deve uma explicação ao país», disse.
Confrontado com a notícia do jornal Expresso, que dá conta de que António Costa «encostou» Seguro à parede, o secretário-geral do PS recusou-se a comentar esta e «qualquer» notícia relativa à vida interna do partido.
«Entre outras razões, porque não quero que as minhas declarações sejam interpretadas como responsáveis por pôr em causa um processo de diálogo que está a decorrer no interior do PS», justificou.
Seguro preferiu salientar o que havia dito, minutos antes, no discurso que fez no encerramento dos trabalhos da iniciativa socialista, sobre a reforma do Estado, no qual apontou a «diferença» entre o atual Governo e o PS.
«O Governo governa para os mercados. Nós governamos para as pessoas. O debate sobre a reforma do Estado não é um debate sobre números, é um debate sobre pessoas», afirmou.
O secretário-geral socialista acusou ainda Pedro Passos Coelho de não ter feito «contas» do impacto social e económico de um corte de quatro mil milhões de euros, montante que o Governo pretende diminuir na despesa do Estado.
«Isto faz-se sem estudar, avaliar o impacto que vai ter na economia e no país? Isto não pode ser, não tem nenhum sentido», defendeu, acusando ainda o primeiro-ministro de se «preparar para dar mais uma talhada nas áreas sociais do Estado».
O líder do PS voltou a lembrar que o «caminho do empobrecimento» não é o «único possível», e afirmou que Pedro Passos Coelho "falhou" todos os objetivos que apontou.