A associação de moradores do Vale de Chícharos sugeriu limitar as entradas no bairro para conter a Covid-19, mas a câmara municipal optou pelo encerramento de estabelecimentos.
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Os cafés do Bairro Jamaica, no Seixal vão ter de fechar para tentar conter o numero de casos de infeção por Covid-19.
A medida será executada esta quinta ou sexta-feira numa operação das autoridades de saúde, proteção civil e polícia, confirmou à TSF o delegado regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Mário Durval.
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Questionado sobre se esta será a melhor decisão para controlar a propagação da doença, Mário Durval lembra que esta é apenas mais uma das medidas de prevenção. "A principal decisão é sempre o isolamento das pessoas que são Covid positivas", ressalva.
A decisão surge na sequência do alerta de moradores, que dizem que o distanciamento social e medidas de segurança não estão a ser seguidos nos cafés, justifica o delegado de saúde.
Os estabelecimentos deverão ser encerrados durante duas semanas, tempo de incubação do vírus, mas admite-se a possibilidade de prolongamento da medida "em função da evolução do surto do bairro."
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Há pelo menos 16 casos de infeção com Covid-19 identificados no Bairro da Jamaica. Esta terça-feira, a diretora-geral da Saúde confirmou que este é um dos três focos da doença na margem sul do Tejo.
A associação de moradores de Vale de Chícharos, no Seixal, defendeu esta quarta-feira que o Bairro da Jamaica fosse fechado, permitindo apenas a entrada e saída a moradores, de forma a conter o surto de Covid-19 que surgiu no local.
À TSF, o presidente da associação, Salimo Mendes, assume-se preocupado e, embora reconheça que a Covid-19 "existe em toda a parte", responsabiliza as pessoas de outros concelhos, que visitam o bairro, pela situação.
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"Estamos a seguir todas as normas aqui, estamos com os nossos filhos dentro de casa e quem trabalha vai e volta para casa", garante.
"As pessoas que não moram aqui no bairro é que se aglomeram nos cafés", denuncia o presidente da associação. "Que entre e saia só quem mora aqui", defende.
Atualmente ainda residem 74 famílias em condições precárias nos edifícios inacabados de Vale de Chícharos, as quais aguardam pela segunda fase de realojamentos, que deveria ter acontecido até dezembro do ano passado.
A 17 de fevereiro, a Câmara do Seixal informou que o processo se encontrava atrasado devido à especulação imobiliária, apelando ao Governo para reduzir o "grande diferencial" de comparticipação nos realojamentos.
A primeira fase terminou em 20 de dezembro de 2018, quando 187 pessoas foram distribuídas por 64 habitações em várias zonas do concelho.
O acordo para a resolução da situação de carência habitacional neste bairro foi assinado em 22 de dezembro de 2017, numa parceria entre a Câmara do Seixal, o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana e a Santa Casa da Misericórdia do Seixal.
No total, a cooperação visa o realojamento de 234 famílias e tem um investimento total na ordem dos 15 milhões de euros, dos quais 8,3 milhões são suportados pelo município.
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