No programa Almoços Grátis, Carlos César e David Justino discutem os eventuais impactos do surto do novo coronavírus nas escolas.
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David Justino considera que seria urgente que se encerrassem as escolas. O Conselho Nacional de Saúde Pública (CNSP) reúne-se esta quarta-feira para discutir medidas de contenção do surto de Covid-19 e na opinião do antigo ministro da Educação antecipar as férias da Páscoa seria a decisão "responsável".
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Em declarações no programa da TSF Almoços Grátis, o vice-presidente do PSD nota que dar aulas online em vez de presenciais, como já fazem várias universidades e politécnicos, seria mais vantajoso que prejudicial.
Numa situação como o surto do novo coronavírus,"ou estou à espera que as coisas aconteçam e vou reagir, ou posso tomar medidas mais drásticas" de prevenção, defende.
Além disso, nota, as férias da Páscoa já são uma perturbação na vida familiar uma vez que a maioria dos pais não tem férias neste período, ou só pode tirar alguns dias de folga. Antecipá-las não seria muito diferente, e "seria da maior vantagem" fazê-lo, reforça.
"Estamos a lidar com uma epidemia que apresenta desafios completamente novos e imprevisíveis. Estamos todos a aprender com isto."
Preocupa sobretudo ao social-democrata a progressão "assustadora" registada em Espanha, onde há mais de dois mil casos confirmados e 47 mortos. "Espanha está aqui ao lado. Temos de começar a olhar para as barbas do vizinho", alerta.
Por seu lado, apesar de se sentir "inclinado" a concordar com a antecipação das férias da Páscoa, Carlos César está seguro que a decisão está nas mãos certas - "Acho muito bem que seja o conselho nacional de saúde pública a dar uma orientação sobre essa matéria", diz.
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Terá de se pensar, depois, "se tivermos de fechar escolas como se organiza a vida das famílias em Portugal e como é que o Estado pode intervir".
Carlos César diz que a palavra-chave é "precaução" e considera "necessário que os portugueses compreendam que estamos numa situação de alarme e que cada um pode ser atingido por esta epidemia".
Este surto "alimenta-se da globalização e da negligência" e Portugal "não está à margem" do resto do mundo, lembra.
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David Justino considera que o Governo "tem sido bem-sucedido" na forma como está a lidar com o a situação do novo coronavírus em Portugal. "Às vezes há contradições, declarações corrigidas, mas não é importante" no panorama global.
A responsabilidade do Governo é de preparar a opinião publica sem gerar alarme social, um "ponto de equilíbrio que não é fácil", assume.
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Com Anselmo Crespo