"Seria possível." Farmácias podem vir a desempenhar maior papel no reencaminhamento de doentes
A presidente da Associação Nacional de Farmácias reforça uma das ideias defendidas no Livro Branco das Farmácias Portuguesas, que será apresentado esta segunda-feira de manhã.
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No dia em que apresenta no Parlamento o Livro Branco das Farmácias Portuguesas, Ema Paulino, presidente da Associação Nacional de Farmácias, admite que até ao final do ano as farmácias podem passar a ter um papel maior na hora de encaminhar os doentes para os cuidados de saúde.
"Apesar de já estarmos a assistir a uma pressão sobre o sistema de saúde é expectável que o pico ainda não tenha sido alcançado e de uma forma muito rápida é possível implementar esta medida, até porque, como disse, os farmacêuticos e as equipas das farmácias já estão capacitadas para o efeito. Trata-se apenas de promover melhorias em termos do sistema de referenciação e permitir, através destes protocolos, que haja uma complementaridade entre a ação do farmacêutico e a ação do médico nestes domínios. Até ao final do ano seria perfeitamente possível implementar esta medida", explicou Ema Paulino.
Em declarações à TSF, Ema Paulino reforça uma das ideias defendidas neste Livro Branco que vai ser apresentado esta manhã e defende que os rastreios nestes espaços de saúde devem ser integrados na rede nacional e passar a ser gratuitos.
"Neste momento as farmácias já podem, através da aplicação de testes rápidos nas farmácias, fazer o rastreio de diversas demências, nomeadamente HIV e hepatites. Até diferenciar entre uma infeção respiratória aguda de origem viral e uma infeção respiratória aguda bacteriana. Neste momento os rastreios já podem ser feitos nas farmácias, mas têm de ser pagos pela própria pessoa e não estão integrados na estratégia nacional de rastreios. O nosso objetivo é que as farmácias façam parte desta rede nacional que proporciona este tipo de rastreios de forma gratuita às pessoas, que possa fazer o registo no seu registo de saúde eletrónico. Portanto, essa informação passa a estar também disponível para os outros profissionais de saúde", acrescentou a presidente da Associação Nacional de Farmácias.