Sindicato denuncia contratação de serviços externos para substituir grevistas na Portway
À TSF, Pedro Figueiredo, dirigente do SINTAC, adianta que o sindicato está a "equacionar apresentar queixa na PSP". Questionada pela agência Lusa, a Portway garante que "não contratou serviços externos para fazer face à greve".
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O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) denuncia que a Portway está a substituir trabalhadores em greve através do recurso a serviços externos. Os funcionários da Portway, pessoal de terra que trata, por exemplo, das bagagens, estão em greve entre esta sexta-feira e domingo, exigindo o pagamento total dos feriados e das progressões nas carreiras.
Pedro Figueiredo, dirigente do SINTAC, afirma que a Portway está a recorrer a trabalho exterior, e já seguiu uma denúncia para o Ministério do Trabalho.
"Em Lisboa há duas companhias a fazê-lo e os administradores e responsáveis dessas empresas já foram notificados através de um e-mail que o sindicato já enviou para o Ministério competente e para as ACT competentes a denunciar essa questão. Estamos a equacionar apresentar uma queixa na PSP de modo a que se possa notificar ou identificar os infratores, porque isso é passível de crime", adianta à TSF.
Em declarações aos jornalistas, em Lisboa, Pedro Figueiredo, espera que a Portway "corrija" e "admita que não está a cumprir a lei".
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Numa nota enviada à TSF, o sindicato revela que as empresas que estão a substituir os trabalhadores em greve na Portway são a Ryanair, através da Groundlink, e também a Groundforce.
Pedro Figueiredo diz que a participação na greve desta sexta-feira é bastante positiva: "Até ao momento, em termos de adesão, temos 90% em Lisboa, cerca de 85% no Porto, Faro entre 40 a 50% e Funchal entre os 60 e 70%", afirma.
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O sindicalista confirma também um forte impacto neste primeiro dia de greve: "Todos os cancelamentos que foram já anunciados desde ontem, hoje estão a efetivar-se em 99% dos casos. Continuamos com uma previsão de 60 voos cancelados em Lisboa e outros 40 no Porto e fortes atrasos em Faro e Funchal."
Portway garante que "não contratou serviços externos"
Questionada pela Lusa, fonte oficial da Portway garantiu que a empresa "não contratou serviços externos para fazer face à greve", notando que, "quem o pode fazer, legitimamente, são as companhias aéreas e os aeroportos".
A Portway vincou ainda que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a ACT "estão no terreno para verificar a legitimidade de todas as situações".
A paralisação, marcada para esta sexta-feira, sábado e domingo, contesta "a política de RH [recursos humanos] assumida ao longo dos últimos anos pela Portway, empresa detida pelo grupo Vinci, de confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do Acordo de Empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações", indicou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac).
O pré-aviso prevê a paralisação geral dos trabalhadores da empresa de assistência em terra, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, com início às 00h00 desta sexta-feira e fim às 24h00 de domingo.
* Com Lusa
Notícia atualizada às 10h50