Sindicato dos motoristas sem "entendimento" que permita "levantar pré-aviso de greve"
Em declarações à TSF, o vice-presidente da organização sindical considera ainda ser possível chegar a um consenso com o executivo camarário.
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O Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT) avançou esta segunda-feira que ainda não foi possível "atingir uma plataforma de entendimento" com a Câmara Municipal de Lisboa que permita à organização sindical "levantar o pré-aviso de greve".
Destacando que o "prazo não se extinguiu", o vice-presidente do SNMOT, Manuel Oliveira, considera ser ainda possível chegar a um consenso com o executivo camarário.
"Obviamente que ainda estamos a tempo, o prazo não se extinguiu. Já tivemos também uma reunião para efeitos de definição de serviços mínimos, os quais irão ser definidos por um colégio arbitral, porque nesta parte também não conseguimos chegar a um entendimento, e pronto, o caminho faz-se caminhando e achamos que há condições para que a Câmara consiga atingir um acordo com os seus trabalhadores.
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O SNMOT tem agendada, esta terça-feira, uma reunião com a Câmara de Lisboa, a terceira desde que a organização entregou um pré-aviso de greve - entre 1 e 6 de agosto, período que coincide com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) -, que se dirige sobretudo a motoristas e cantoneiros, trabalhadores afetos à remoção de resíduos, mas abrange todos os trabalhadores da Câmara de Lisboa.
O sindicalista alerta para a realidade que o setor tem vivido, denunciando casos em que trabalhadores com 20 anos de funções na câmara ganham o salário mínimo nacional. Para Manuel Oliveira importa corrigir estas injustiças.
"Por isso é que nós encontramos trabalhadores em funções públicas com mais de 20 anos a receber o ordenado mínimo nacional e eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para perguntar a esses senhores dos sindicatos, ao Governo e à tutela, se acham isto justo", atira, em declarações à TSF.
Manuel Oliveira considera, por isso, "extraordinário" que sejam discutidos aumentos percentuais, quando a "montante há coisas gravíssimas que deviam ser resolvidas e que não são".
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"E é à volta deste tema que nós andamos", lamenta.
Em causa estão "situações pendentes", que "têm de ser resolvidas", explicou Manuel Oliveira, adiantando que esclarecer o conteúdo funcional dos trabalhadores afetos à remoção de resíduos é uma das pretensões.
Carlos Moedas já afirmou estar "aberto a chegar a um acordo" com o SNMOT, sublinhando ao mesmo tempo que os trabalhadores da Higiene Urbana sabem que o presidente da Câmara de Lisboa "está do lado deles" em todos os momentos.
"Vou falar, dialogar, vamos resolver a questão. Penso que vamos chegar [a acordo] porque é um momento tão importante para a cidade. Penso que se há trabalhadores que sabem que estou com eles [...], sabem que estou aberto a chegar a acordo", salientou.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da JMJ, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.