Sindicato lamenta que presidente do INEM "pareça apostado em reverter aquilo que de bom foi construído"

Gustavo Bom/Global Imagens (arquivo)
À TSF, o sindicalista Rui Lázaro critica que o plano de refundação do líder do INEM assente no "encerramento de ambulâncias", numa altura em que Portugal já vive "momentos de tanta carência" destes veículos: "Não nos parece ser o caminho que deva ser seguido e poder ter consequências para os cidadãos"
O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar reagiu esta sexta-feira às palavras do novo presidente do INEM que afirmou querer levar a cabo uma refundação célere do organismo, admitindo deixar para trás quem se mostrar "resistência" à mudança. A TSF, Rui Lázaro assume "preocupação" com estas palavras e nota que Luís Mendes Cabral parece "apertado em reverter aquilo que de bom foi construído ao longo dos últimos meses pelo Governo".
"Vejo com bastante preocupação esta mensagem [do presidente do INEM] e também o próprio discurso que o presidente escolheu ter com os trabalhadores, afirmando que caminhará com quem quiser caminhar com ele e que, quem não acompanhar, ficará para trás. No INEM não estamos habituados a que fique alguém para trás - nem trabalhadores, nem cidadãos", dispara.
Num comunicado enviado aos trabalhadores, o líder do INEM, Luís Mendes Cabral, detalhou que a refundação que quer levar a cabo passa obrigatoriamente por uma nova orgânica. Nesse sentido, avançou que o nível SBV, com equipas em ambulâncias, será a base de todo o sistema e definirá os tempos de resposta inicial até ao local da ocorrência, enquanto os níveis SIV e SAV constituirão o apoio mais diferenciado, cada um no seu patamar próprio de diferenciação técnica, com a deslocação das respetivas equipas em viaturas ligeiras.
O sindicalista critica que o plano assente no "encerramento de ambulâncias", numa altura em que Portugal já vive "momentos de tanta carência" destes veículos.
"Não nos parece ser o caminho que deva ser seguido e poder ter consequências para os cidadãos", alerta.
Rui Lázaro confessa que o INEM esperava que Luís Mendes Cabral continuasse a "trilhar caminho que o próprio Governo" tem vindo a criar ao longo do último ano, em que reconhece melhorias, desde logo pelos novos protocolos. Mas a postura do novo líder da instituição, diz, aponta noutro sentido.
"Este presidente parece vir apostado em reverter aquilo que de bom foi construído ao longo dos últimos meses pelo Governo", denuncia.
Admite, por isso, estar particularmente preocupado com as próximas semanas, em que é esperado ao aumento do número de pedidos de socorro e envios de ambulância. Com estas alterações estruturais, as consequências são "imprevisíveis".
"Implementando mudanças tão significativas, podemos estar a falar aqui em consequências, para já, imprevisíveis, mas prejudiciais para o cidadão", avisa.
Rui Lázaro refre ainda que o sindicato não tem "sequer" conhecimento sobre qual é a cronologia para a execução da refundação defendida por Luís Mendes Cabral.
