Sindicatos admitem melhorias na nova proposta do modelo de avaliação dos professores, mas apontam falhas que serão debatidas a 22 e 23 de Agosto na reunião com o ministério.
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O Governo e os sindicatos dos professores vão encontrar-se a 22 e a 23 de Agosto para a primeira ronda negocial sobre a proposta do novo modelo de avaliação apresentado, esta sexta-feira, pelo Ministério da Educação.
No entender de Mário Nogueira, dirigente da Fenprof, apesar deste novo modelo apresentar algumas melhorias, relativamente ao anterior, mantém aspectos com os quais os sindicatos não estão de acordo. Entre os quais, a manutenção de quotas para a avaliação dos professores.
«Não pode haver méritos no desempenho e depois haver mecanismos que são alheios e que são administrativos», disse que o sindicalista.
Entende que, em alguns casos, esta avaliação, «faz com que sejam mais os professores que têm mérito reconhecido em avaliação, mas depois não lhes pode ser atribuído na avaliação final». E acrescenta: «a quota pode não ser preenchida em algumas escolas. O mecanismo administrativo perverte o sentido positivo da avaliação».
Para a Federação Nacional de Educação, o novo modelo de avaliação do desempenho dos professores é menos burocrático, mas, a estrutura sindical discorda de alguns pontos.
«Parece que tem elementos positivos e outros para esclarecer. Queremos um processo negocial que seja claro e que permita encontrar soluções consistentes e nas quais os professores se revejam», esclareceu o dirigente João Dias da Silva.
«É fundamental que os professores sintam que a avaliação de desempenho é um elemento secundário face à sua actividade profissional», aponta ainda o representante dos professores.
A proposta de novo modelo de avaliação de professores prevê uma avaliação interna, feita em todos os escalões e na escola do docente, e uma externa, centrada na observação das aulas e realizada por avaliadores externos.
O projecto de avaliação de desempenho docente, entregue na sexta-feira aos sindicatos, prevê isenção de avaliação para os professores no oitavo escalão da carreira, desde que, em todas as avaliações, tenham obtido, no mínimo, a classificação de Bom, estejam no nono e décimo escalões ou reúnam as condições de aposentação.
A primeira ronda negocial entre Governo e sindicatos está agendada para dias 22 e 23.
De acordo com o documento, compete ainda ao avaliador externo aferir a dimensão científica e pedagógica dos professores.
Nas situações de avaliação interna, o avaliador é o coordenador de departamento curricular ou quem ele designar.