Sindicatos prometem mais um ano letivo de protestos se Governo não der "respostas desejáveis"
O secretário-geral da FNE afirma que a falta de respostas por parte do Ministério da Educação "põe em causa o início do ano letivo".
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O ministro da Educação espera "bom senso" nas greves e nos protestos por parte dos professores. No Fórum TSF, o secretário-geral da FNE, Pedro Barreiros, reagiu ao apelo de João Costa com um desafio.
"Ao longo do mês de agosto, mostrámos a nossa disponibilidade para reunir, e, tendo a noção de que não é possível resolver tudo de uma vez só, demonstrámos a nossa disponibilidade para, ainda durante o mês de agosto, podermos tratar de matérias e de assuntos que pudessem com que fazer com que o início do ano letivo decorresse numa normalidade desejável e sem toda esta contestação em lutas. Aquilo que obtivemos da parte do Ministério da Educação e, apesar dos diversos ofícios e tentativas de resolver alguns problemas, foi uma ausência total de respostas. Portanto, não basta apregoar um conjunto de coisas, é preciso depois que estas mesmas afirmações tenham consequências e, lamentavelmente, até à data, não obtivemos essas respostas que eram desejáveis, o que põe em causa o início do ano letivo", explicou Pedro Barreiros.
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Para o secretário-geral da FNE há, desde já, uma certeza: se nada mudar, a luta continua.
"Tendo em conta as expectativas, e numa fase em que se fala tanto de portas abertas e entreabertas, importa realmente percebermos se, da parte do Governo, há uma porta aberta - mais não seja uma janela - para podermos sentar-nos à mesa e resolver os problemas que afetam todos", sublinhou.
Também no Fórum TSF, André Pestana, do STOP, fez a mesma promessa: "Se os profissionais de educação nos derem indicações nesse sentido, o STOP tudo irá fazer para, no fundo, salvaguardar o direito constitucional de equidade ao êxito e sucesso escolar, algo que está claramente comprometido com estas políticas educativas. Estamos, neste momento, sem greves e sem manifestações, com mais de 120.000 alunos sem professor no início deste ano letivo. Nunca tinha acontecido este valor, isto é uma gestão de recursos humanos por parte deste Ministério da Educação totalmente irresponsável."
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O STOP rejeitou a ideia do ministro da Educação de que os protestos não passam de competição entre sindicatos e, num ano que é de eleições, questionou o Governo sobre quando é que haverá um investimento na educação.
"Se não é este ano em que temos uma receita fiscal extra que não estava prevista de mais de 2000 milhões de euros, quando é que então o Governo vai investir seriamente nos serviços públicos essenciais, como a educação e a saúde?", questionou. "É necessário investir a sério nos serviços que servem as populações", defendeu André Pestana.
Com o cenário que começa a desenhar-se para este ano letivo, também ouvido no Fórum TSF, Paulo Cardoso, da direção da Confederação das Associações de Pais (CONFAP), mostrou-se preocupado e voltou a oferecer-se para mediar este braço de ferro, exigindo que não se repita o que aconteceu no último ano letivo.
"Nós dissemos ao Ministério que tem que manter as escolas públicas abertas e dissemos aos professores que têm que garantir o funcionamento da escola pública. Não podemos permitir que os nossos alunos fiquem mais um ano prejudicados", afirmou, frisando que a CONFAP "não vai compactuar com mais um ano de greves".
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