Profissionais e utentes foram testados e estão a ser seguidos.
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A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, confirmou esta terça-feira a existência de dois focos de infeção no serviço de Pneumologia do Hospital de Santa Maria, depois de uma notícia que tinha sido avançada pela TVI.
"Temos conhecimento de que existiram dois casos iniciais em profissionais de saúde num serviço do Hospital Santa Maria", reconheceu Graça Freitas na conferência de imprensa diária sobre o combate ao coronavírus.
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Tanto profissionais como utentes foram testados e a situação está "controlada, vigiada, acompanhada e todos estão a ser seguidos".
A notícia tinha sido hoje avançada pela TVI, que dava conta da existência de pelo menos 10 casos positivos, entre profissionais de saúde, assistentes operacionais e pacientes, no internamento de pneumologia do hospital.
"O hospital tem conhecimento, está a acompanhar devidamente e todos os intervenientes, quer os que aguardam os resultados dos testes, quer os que deram positivo, estão bem", assegurou.
Graça Freitas recordou ainda que a Direção-Geral da Saúde (DGS) vai manter a orientação número 13 sobre a testagem aos profissionais de saúde que "estratifica os testes e a necessidade de os fazer, em função da sintomatologia e também em função do risco do profissional".
"Os profissionais que estão assintomáticos, mas que estiveram em grande risco de exposição, independentemente de fazerem ou não fazerem teste, ficam sempre em quarentena. Aqueles que estiveram em baixa exposição a casos positivos, com os equipamentos de proteção individual devidamente aplicados, podem continuar a sua atividade", explicou.
No entanto, a diretora-geral ressalvou que os serviços de saúde ocupacional das instituições têm margem para conduzir "avaliações muito finas", no âmbito das normas da DGS.
Roque da Cunha pede testagem massiva aos profissionais
O presidente do Sindicato Independente dos Médicos considera que esta situação prova que não está a ser dada a devida atenção aos profissionais de saúde. Em declarações à TSF, Roque da Cunha confirma que dois médicos do serviço de pneumologia estão infetados, e lamenta que a situação dê razão ao sindicato.
"É necessário cessar a discriminação aos profissionais de saúde, só são feitos testes quando estão assintomáticos ou quando contactam com colegas que testaram positivo", indica.
Roque da Cunha lembra que testar os profissionais de saúde é também uma forma de defender a saúde dos doentes. O presidente do Sindicato Independente dos Médicos afirma, por isso, que é "lamentável que a ministra da Saúde não defenda os profissionais, com o desconfinamento, é provável que os assintomáticos recorram aos serviços de saúde".
Roque da Cunha pede que seja efetuado pelo menos um teste aos profissionais de saúde, tal como acontece com os profissionais do Ministério da Educação e com os trabalhadores dos lares.
As informações recolhidas pelo sindicato indicam que cerca de 600 médicos estão infetados com o novo coronavírus, 1100 enfermeiros e também profissionais de limpeza.
Na segunda-feira, o secretário de Estado da Saúde já tinha que as instituições de saúde têm que respeitar a orientação número 13 da DGS sobre a testagem aos profissionais de saúde, apesar de admitir uma revisão das estratégias de testagem à covid-19 em função do dinamismo do novo coronavírus.
Estão confirmadas 1247 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 16 nas últimas 24 horas.
O número de pessoas infetadas pela doença é agora de 29432, mais 223 do que no último balanço da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Há, nesta altura, 629 pessoas hospitalizadas devido à Covid-19, 101 das quais estão internadas em unidades de cuidados intensivos.
Até ao momento, 6431 pessoas conseguiram recuperar, mais uma desde o último balanço.
Notícia atualizada às 15h47