O antigo presidente da República considerou hoje que os dois primeiros anos do atual Governo «não podiam ser piores» e desafiou Cavaco Silva a tomar uma atitude.
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«A popularidade do Presidente da República baixa todos os dias, nas sondagens, está cada vez mais impopular, por isso ele tem de tomar uma posição. Não pode admitir que um Governo, que não se entende entre si e que está a destruir Portugal, continue para arruinar o país», afirmou Mário Soares aos jornalistas após uma reunião com a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que se encontra em visita oficial a Portugal.
Mário Soares comentou desta forma as vaias e apupos recebidos por Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho nas cerimónias do 10 de Junho, hoje em Elvas.
Sobre os dois anos do Governo de Passos Coelho, Mário Soares sublinhou que este é um Governo «em que os ministros não podem sair à rua».
«Não podiam ser piores, para Portugal inteiro. Porque Portugal está arruinado, o nosso património está a ser vendido a retalho, as universidades estão sem dinheiro, os professores estão furiosos, os militares estão furiosos. Toda a gente está furiosa em Portugal», disse.
Mário Soares recordou ainda quando era primeiro-ministro de Portugal também teve «um país endividado» e resolveu o problema num ano e sem que a troika falasse em público.
«A troika fala demais, mas o pior é a subserviência do Governo Português à troika. Isso é que é insuportável», afirmou.
Quanto ao anúncio de recandidatura de Passos Coelho, Soares resumiu: «É um disparate completo».