Mário Soares recorreu à história para classificar a vitória do PS nas eleições europeias e estranha o entusiasmo de Seguro no discurso da noite eleitoral. O socialista Vítor Ramalho concorda, enquanto Augusto Santos Silva defende que minimizar a vitória do PS não é neste momento muito inteligente.
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No domingo à noite, António Costa disse na SIC Notícias que partilhava com todos os socialistas a alegria da vitória mas também a preocupação por à derrota histórica da direita não ter correspondido uma vitória histórica do PS.
Mário Soares reproduz esta afirmação num artigo publicado hoje no Diário de Notícias e acrescenta que a «vitória do PS, infelizmente, foi uma vitória de Pirro... Isto é: que não devia ter sido aclamada com o entusiasmo com que no seu líder o fez».
O antigo Presidente da República diz ainda que os eleitores deixaram duas mensagens claras: não querem a direita que está no poder e querem que o PS «dê expressão politica ao descontentamento popular».
Mário Soares volta a pedir que a Esquerda se una e prevê que o bom resultado da CDU não terá consequências. Diz que o Partido Comunista continua isolado, a olhar para o PS como principal inimigo e contra a União Europeia.
O fundador do Partido Socialista insiste que o Presidente da República deve demitir o Governo e pergunta a Cavaco Silva se «vai fazer orelhas moucas» ao facto de dois terços dos eleitores terem respondido com a abstenção ao pedido do Presidente da República para que fossem votar.
Contactado pela TSF, o socialista Vítor Ramalho alinha na análise de que não haveria assim tanto para festejar na noite do último domingo. Sobre o futuro de António José Seguro à frente do PS, Vítor Ramalho diz que essa é uma discussão sempre em aberto, tudo depende da vontade dos militantes e não pode haver tabus sobre essa matéria.
Outro socialista contactado pela TSF, Augusto Santos Silva, defende que minimizar a vitória do PS não é neste momento muito inteligente. Por isso, prefere não responder a questões relacionadas com a liderança do partido.
Para o antigo ministro de José Sócrates, importa que o PS alargue a sua base de apoio para garantir no futuro resultado mais folgado do que o obtido nas eleições de domingo.