À entrada para o Congresso do PS, Almeida Santos considerou que o discurso de Cavaco no 25 de Abril «não favoreceu o consenso». Alberto Martins disse que o Presidente da República «apoiou e sustentou as posições do Governo».
Corpo do artigo
O socialista Almeida Santos classificou, esta sexta-feira, o discurso feito por Cavaco Silva no 25 de Abril como de «fação», tendo notado que metade do Parlamento não aplaudiu esta intervenção do Presidente da República.
Para este antigo presidente socialista, o «país não estava à espera» de um discurso destes, algo que a «critica nos próximos dias vai revelar».
«Não favorece o consenso. Parecia que ele estava a querer favorecer o consenso e penso que não estávamos tão longe do consenso como estamos hoje», acrescentou, pouco antes do início do Congresso do PS.
Para Almeida Santos, Cavaco, que deveria ter tido um papel de «mediador», com este discurso «perdeu autoridade para conseguir êxitos» e «colou-se a uma fação, coisa que não tinha ainda feito».
Por seu lado, Alberto Martins considerou também que o chefe de Estado perdeu a linha de imparcialidade que o mais alto magistrado da nação deveria manter.
Este ex-ministro da Justiça lembrou que o «Presidente da República tem especiais responsabilidades no quadro institucional e, por isso, ou é um árbitro e moderador e equilibrador das tensões institucionais ou então não serve a função para que foi eleito pelos portugueses».
«Politicamente, apoiou e sustentou as posições do Governo. O Presidente da República deve ser imparcial, isento, equidistante para cumprir as funções constitucionais de árbitro e moderador. Deu um passo no sentido que o distancia dessa função», frisou.