Sócrates: Defesa acusou Ministério Público de alterar período de suposta prática de crimes
A defesa de José Sócrates acusou hoje o Ministério Público (MP) de ter alterado o período temporal da alegada prática dos crimes de que o ex-primeiro-ministro foi indiciado, antes de o processo ter sido entregue ao juiz de instrução.
Corpo do artigo
O advogado João Araújo, que tem a defesa do ex-primeiro-ministro, referiu que o procurador Jorge Rosário Teixeira, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), «enganou deliberadamente» o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal Carlos Alexandre.
Em conferência de imprensa realizada numa unidade hoteleira de Lisboa, para esclarecer os fundamentos do pedido de libertação imediata de José Sócrates, o advogado disse que a intenção foi a de ser Carlos Alexandre a decidir a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro.
O advogado Pedro Delille, que também faz parte da defesa, reiterou que o Supremo é o tribunal competente para investigar o ex-primeiro-ministro e não o DCIAP e teceu igualmente críticas ao MP, por ter detido José Sócrates, «com base numa justificação que teria praticado crimes do tempo em que foi primeiro-ministro», de março de 2005 a junho de 2011.
«Os factos imputados a José Sócrates estavam delimitados temporariamente entre 2000 e 2005, quando, mais tarde, a defesa teve conhecimento de que o período era de 2005 a 2011, altura em que esteve em exercício das funções de primeiro-ministro», acentuou Delille.