A porta-voz afirma que o partido é "uma das forças políticas mais produtivas" na Assembleia da República.
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A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, criticou, este sábado, o Governo, afirmando que os casos "fragilizam o estado de direito e a legitimidade" do Executivo, enquanto a vida dos portugueses está em "suspenso".
"Casos e decisões que intrinsecamente fragilizam o estado de direito e a legitimidade deste Governo. A vida dos portugueses tem estado em suspenso, por conta de um Governo incapaz de dar as respostas que o país precisa. Um Governo que está a deixar a oportunidade única de executar fundos comunitários que são absolutamente fundamentais para retirar Portugal da estagnação em que se encontra, para o desenvolvimento do país e para a transição social e económica que, do ponto de vista ambiental, urge fazer. Um Governo tem se esquecido que o relógio climático não para. Um Governo que se tem esquecido e deixado tantas vezes para segundo plano a proteção animal. E um Governo que dá milhões a quem mais polui e mais lucra e na hora de chegar às famílias fecha a mão", disse no arranque dos trabalhos do Congresso do PAN, em Matosinhos.
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A porta-voz do partido acusa a maioria absoluta do PS de atuar como "rolo compressor" na Assembleia da República, perante as propostas do partido.
"Procurámos responder e antecipar desafios. Não baixámos os braços perante uma maioria de absoluta que atua como rolo compressor das propostas. Arregaçámos as mangas e destacámo-nos nesta sessão legislativa como uma das forças políticas mais produtivas", disse Inês de Sousa Real.
A porta-voz e deputada única do partido recandidata-se à liderança e afirma que "o país precisa de uma oposição que dê voz às suas preocupações e enfrente os interesses instalados".
No entanto, Sousa Real enfrenta a concorrência de Nelson Silva, antigo deputado na Assembleia da República, que representa os descontentes com a atual liderança do PAN., deixando-lhes um recado.
"No momento em que o coletivo precisou que todos disséssemos presente, nem todos responderam ao repto que o partido reclamava. Um repto de união, de debate salutar, de construção de um partido mais forte para fazer face aos desafios internos e externos", criticou.
A líder do PAN afirmou que "o foco tem de ser a integridade não só das causas, mas em fazer avançar os valores que formam o ideário" do partido.
E, para isso, dá um exemplo: "Seguiu-se também um Orçamento do Estado altamente polarizado que levou à precipitação do Presidente da República quanto à dissolução do Parlamento, onde, mais uma vez, com o esforço de todas e de todos preparámos uma campanha e um programa dignos para eleições legislativas em tempo recorde. Programa este que foi reconhecido por várias entidades e personalidades como o melhor da área ambiental, animal, de saúde e até internacional, atestando a qualidade dos quadros do partido."
O congresso do PAN começou atribulado. Maria Alexandra Moreira, presidente da Mesa do Congresso, admitiu uma votação do regulamento do congresso por braços no ar, depois de a oposição à atual direção ter protestado contra o facto de não haver nenhum membro da lista B, encabeçada por Nelson Silva, na mesa. No entanto, feita a votação, os apoiantes de Inês Sousa Real venceram com 89 votos a favor do regulamento e 23 contra.
Vários apoiantes da lista B subiram ao púlpito para apresentar votos de protesto contra isto mesmo - por falta de imparcialidade e representatividade -, protestaram pelos filiados não delegados estarem numa sala à partem e não no auditório onde decorrem os discursos no congresso, e contra a forma como os trabalhos estão a ser conduzidos.