O dirigente social-democrata e ministro da Defesa, Aguiar-Branco, qualificou hoje de «oportunista para queimar mediaticamente o Congresso» a intenção do PS de criação de uma comissão parlamentar de inquérito ao processo dos submarinos e dos blindados Pandur.
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«Estiveram tanto tempo no Governo, fizeram pagamentos referentes aos submarinos, fizeram pagamentos referentes aos Pandur, e agora, no dia do Congresso do PSD é que lhes ocorre fazer uma comissão de inquérito», afirmou Aguiar-Branco aos jornalistas à entrada para o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, onde decorre até domingo o XXXV Congresso do PSD.
Para o ministro da Defesa, os socialistas têm «a intenção de queimar mediaticamente» o Congresso social-democrata, «o que significa que é uma intenção não séria».
«Não está em causa o conteúdo, aí não há nada a recear, mas do ponto de vista da oportunidade, acho que não há dúvida que há uma intenção oportunista para queimar mediaticamente este Congresso», declarou.
Questionado sobre o facto de o atual vice-primeiro-ministro e antigo ministro da Defesa Paulo Portas ser visado por esta eventual comissão parlamentar de inquérito, Aguiar-Branco limitou-se a reiterar que a intenção dos socialistas não é séria.
«Só agora no dia do Congresso do PSD, depois de termos resolvido também o problema dos estaleiros de Viana do Castelo, é que ocorre falar dessa comissão», disse.
O ministro congratulou-se ainda pela adesão generalizada dos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo ao plano de rescisões e atacou as críticas do autarca da cidade.
«Em relação ao senhor presidente da Câmara de Viana do Castelo, eu acho que ele há muito perdeu a noção do ridículo», afirmou.
Interrogado sobre a hipótese de Paulo Rangel voltar a ser o cabeça-de-lista às eleições europeias, desta vez em coligação com o CDS-PP, Aguiar-Branco disse que se a candidatura se confirmar o atual eurodeputado será «um bom candidato, como já foi», com «todas as condições» para atingir um resultado vitorioso.