O infeciologista do Hospital Egas Moniz, Kamal Mansinho, explica que para que a bactéria se espalhe pela atmosfera e chegue às pessoas precisa de vários fatores favoráveis como o vento, a temperatura e a humidade. Já António Segorbe Luis, pneumologista dos Hospitais da Universidade de Coimbra, diz que a fonte da bactéria tinha que ter um grande caudal, porque normalmente estes casos acontecem no interior dos edifícios.
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O infeciologista Kamal Mansinho explica, em declarações à TSF, que para existir propagação da legionela há que ter em conta duas condições: as condições ideais para a bactéria crescer e desenvolver-se, ou seja, um ambiente de 20 a 45 graus; e as condições ideais para a propagação na atmosfera.
Kamal Mansinho acredita que para o surto ter atingido esta dimensão foram precisos várias dias com as condições ideais para a contaminação, como o vento, temperatura e humidade.
Ta,bém contactado pela TSF, António Segorbe Luis, pneumologista dos Hospitais da Universidade de Coimbra, diz que à partida com a selagem das torres de refrigeração já não existe perigo para a população e sublinha que os novos casos que possam surgir foram contaminados antes da selagem das torres de refrigeração.
António Segorbe Luís diz que a fonte da bactéria tinha que ter um grande caudal, porque normalmente estes casos acontecem no interior dos edifícios e que o que aconteceu foi um "cartão amarelo" às autoridades de saúde e a Ministério do Ambiente.
Este pneumologista diz que já em 2013 um relatório do Instituto Ricardo Jorge alertava para a necessidade de inspeções periódicas às potenciais fontes de legionela. Das amostras que o Instituto analisou 20% deram positivo.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) disse hoje que a mudança das condições meteorológicas dos últimos dias, com chuva e descida das temperaturas, «provavelmente alterou» o desenvolvimento do surto de legionela, que prefere temperaturas tépidas.