A Tecnoforma confirma que Pedro Passos Coelho esteve em funções na empresa entre 2001 e o final de 2007, mas não esclareceu se o atual primeiro-ministro recebeu rendimentos entre 1997 e 1999 do Centro Português para a Cooperação.
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Numa conferência de imprensa, esta sexta-feira à tarde, o advogado da empresa garantiu ainda que as contas da Tecnoforma são públicas e que por isso podem ser consultadas.
Cristóvão Carvalho indicou ainda que a empresa vai processar o jornal Público, o jornalista do Público, José António Cerejo, vários comentadores e membros do Governo que não identificou.
«A Tecnoforma vai reagir quer contra o jornal Público, quer contra [José] António Cerejo nomeadamente de forma a ver ressarcidos os prejuízos todos que teve durante estes três anos», explicou.
Cristóvão Carvalho disse ainda não ter gostado das palavras de alguns comentadores sobre a «credibilidade e forma de atuação» da Tecnoforma e «sobre se seria uma empresa fantasma».
«São informações levianas, pouco cuidadas, pouco detalhadas de quem teria responsabilidade. Contra essas pessoas irá agir judicialmente nas próximas semanas», garantiu.
O advogado fez ainda questão de separar a Tecnoforma do Centro Português para a Cooperação (CPCC), uma organização não governamental financiada pela Tecnoforma.
«Apesar de haver uma ligação de mecenato que existiu, uma coisa não confunde a outra. Podendo haver órgãos que passaram de um lado para o outro são perfeitamente definidas. As despesas eventualmente pagas pela Tecnoforma não eram pagas pela CPCC e vice-versa», sublinhou.
Contactado pela TSF, o jornalista José António Cerejo diz que não ficou surpreendido com o facto de o caso poder acabar com os tribunais e lembrou que a insolvência da Tecnoforma foi declarada em 2012 antes de o Público escrever sobre a empresa.
Cerejo não percebe porque os artigos por ele escritos prejudicam a empresa e também não percebe em que qualidade falou o advogado da Tecnoforma, pois a empresa tem um administrador judicial e é a esse que cabe a representação da empresa.
Por seu lado, a diretora do Público, Bárbara Reis, diz ser cedo para reagir às ameaças de Cristóvão Carvalho e fica à espera da notificação judicial.