Tempestade geomagnética não atinge Portugal, mas astrónomo avisa: "Sol é um astro caprichoso"

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A Agência Espacial Europeia alertou para a aproximação de uma tempestade geomagnética. Segundo o astrónomo José Augusto Matos, a última vez que aconteceu algo semelhante foi no século XIX. Ainda assim, "no futuro, isso pode acontecer", até porque "o Sol é um astro caprichoso"
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A Agência Espacial Europeia (ESA) alertou esta quarta-feira para a aproximação de uma tempestade geomagnética que poderá afetar satélites, redes elétricas e sistemas de navegação. Trata-se de um "evento com intensidade incrível", mas que não deverá afetar Portugal, pelo menos para já. Na TSF, o astrónomo José Augusto Matos deixa o aviso: "O Sol é um astro caprichoso. De repente pode lançar uma grande ejeção de massa coronal e afetar Terra em grande escala."
Uma tempestade geomagnética é uma perturbação temporária da magnetosfera da Terra causada pela ejeção de massa coronal, uma "enorme nuvem de plasma magnetizado" expelida pela coroa (camada mais externa) do Sol.
"É um evento de uma intensidade incrível em termos de atividade solar, mas nós, em Portugal, estamos em latitudes muito baixas", explicou José Augusto Matos.
Segundo o astrónomo, a última vez que aconteceu algo semelhante foi no século XIX. Ainda assim, "no futuro, isso pode acontecer em qualquer altura.
"Não conseguimos prever", atirou.
"O Sol é um astro caprichoso que de repente pode lançar uma grande ejeção de massa coronal e que pode chegar cá com grande intensidade e afetar a terra em grande escala mesmo", prosseguiu.
Uma tempestade geomagnética pode afetar as comunicações, como já se verificou no passado, nomeadamente na América do Norte. José Augusto Matos sublinhou ainda que as consequências são sempre "difíceis de prever", mas apagões são muito prováveis.
Segundo uma nota da ESA, o impacto estimado desta tempestade é grave, mas "não representa um risco biológico direto para as pessoas na Terra".
De acordo com a ESA, na terça-feira foi observada uma intensa erupção solar, com um pico cerca das 10h04 (hora em Lisboa).
Menos de uma hora depois foi observada uma ejeção de massa coronal, com uma velocidade inicial estimada de cerca de 1.500 quilómetros por hora, que, segundo a ESA, poderá chegar à Terra no final da noite de hoje ou no início da manhã de quinta-feira.
A ESA ressalva que "estas estimativas contêm alguma incerteza", assinalando que "está a monitorizar de perto este poderoso evento" e a "recolher informações detalhadas de todos os seus centros de serviços especializados".
