Tempo de espera nas urgências? "Temos de continuar a criar mecanismos de atendimento alternativo"
O ministro da Saúde afirma que é necessário "ir lidando com as dificuldades" e garante que todos os profissionais estão a dar o seu melhor para responder aos doentes.
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O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, considerou esta terça-feira que os tempos o "fluxo nas urgências é um problema crónico no Serviço Nacional de Saúde (SNS)" e defendeu que é necessário "continuar a criar mecanismos de atendimento alternativo" para atenuar as dificuldades.
"Nós estamos a fazer um esforço muito grande para atender os portugueses nas melhores condições possíveis", começou por dizer Manuel Pizarro, em declarações aos jornalistas, em Coimbra.
"Claro que quando há fluxos muitos grandes, como acontece em alguns dias, é mais difícil que esse atendimento seja identificado de forma pronta", acrescentou, insistindo que as pessoas só devem recorrer às urgências se estiverem "gravemente doentes".
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Para Manuel Pizarro, é necessário "ir lidando com as dificuldades" e o "fluxo nas urgências é um problema crónico no SNS".
O ministro da Saúde referiu ainda o "aumento significativo" do número de portugueses a recorrer à Linha SNS24, tendo sido registadas mais de 62 mil chamadas desde 26 de dezembro até esta terça-feira.
"As mudanças demoram a ser implementadas", atirou, sublinhando que é preciso continuar a investir em "mecanismos de atendimento alternativo". Pizarro exemplificou com a urgência de Coimbra que esta terça-feira teve um dia "de grande pressão com mais de 700 atendimentos", mas conseguiu que "um terço das pessoas fossem atendidas ns cuidados de saúde primários".
As declarações de Manuel Pizarro surgem numa altura em que a pressão nos serviços de urgência hospitalar em Portugal, sobretudo na região de Lisboa, tem sido significativa. No Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, o tempo médio de espera é de 18 horas para doentes urgentes, ou seja, de pulseira amarela. Já no Hospital de Santa Maria, também em Lisboa, os doentes esperam em média sete horas e meia.
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Sobre o caso da idosa que morreu esta terça-feira à noite no Hospital Padre Américo, em Penafiel, "após avaliação clínica", o ministro da Saúde disse que "cada vez que há um caso desses reportado é conduzida uma investigação para apurar o que aconteceu" e confessou que "muitas vezes" os resultados mostram uma realidade diferente, afastando a possibilidade da morte estar relacionada com o tempo de espera nas urgências.