Administradores hospitalares querem centros de saúde como "porta alternativa" a serviço de urgência
No Fórum TSF, Xavier Barreto antecipa "próximas semanas difíceis" nos hospitais, pelo menos "enquanto o pico da gripe não passar".
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O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Xavier Barreto, disse esta quarta-feira, no Fórum TSF, que não ficou surpreendido com a pressão que se vive nos hospitais portugueses e considerou que está na hora de "assumir de uma vez por todas" que é preciso criar "uma porta alternativa" ao serviço de urgência hospitalar.
"Sabemos que todos os anos, mais ou menos por esta altura durante o inverno, se abrem alguns centros de saúde para ajudar a responder aos doentes, mas essa não devia ser uma resposta transitória", disse Xavier Barreto.
"Trata-se obviamente de uma questão de confiança na resposta que é oferecida. Uma confiança que tem que ser construída na relação entre os centros de saúde e os doentes", acrescentou.
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Xavier Barreto antecipou ainda "próximas semanas difíceis", pelo menos "enquanto o pico da gripe não passar". Para o presidente da APAH, Portugal deve, por isso, pensar em seguir o exemplo de outros países, como Espanha, fazendo com que a "porta alternativa ao serviço de urgência hospitalar" seja "criada nos centros de saúde".
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Também no Fórum TSF, o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP), Gustavo Tato Borges, não tem dúvidas de que "se as coisas correrem dentro do expectável", esta semana vai verificar-se um aumento dos casos de gripe "até porque voltamos à vida normal hoje".
"As crianças voltaram todas para a escola, os pais voltaram todos para o trabalho e vai haver ainda um contacto e um convívio grande entre pessoas que estão doentes, mas estão a trabalhar ou estão a frequentar a escola e, por isso, acredito que até meados de Janeiro não deveremos ter uma diminuição da incidência", notou Gustavo Tato Borges.
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Gustavo Tato Borges descartou a necessidade de "medidas tão drásticas" como aquelas tomadas durante a pandemia Covid-19, mas lembrou os cuidados básicos que os cidadãos devem ter para se protegerem uns aos outros de doenças: "Lavagem de mãos, usar máscara respiratória, manter a distância das pessoas doentes, ventilar adequadamente os espaços."