
Manuela Ferreira Leite
Lusa
Manuela Ferreira Leite acusou, esta sexta-feira, no congresso do PSD, José Sócrates de fechar o espaço de acção do partido, recusar-se a encarar a realidade e recorrer sistematicamente aos governos social-democratas para fugir às suas responsabilidades.
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A nova líder do PSD, Manuela Ferreira Leite apontou, esta sexta-feira, no seu primeiro discurso no congresso do partido no Pavilhão Multiusos de Guimarães, três erros ao primeiro-ministro.
«Sócrates prometeu erros políticos graves e quando tal acontece, mais tarde ou mais cedo, paga-se a factura e o primeiro erro foi a forma como subestimou o PSD», considerou Ferreira Leite, frisando que o primeiro-ministro «deu-se ao luxo de ignorar» o principal partido da oposição.
No discurso que marcou a abertura dos trabalhos, Manuela Ferreira Leite acrescentou que Sócrates «julgou mal que com maioria absoluta não necessitaria de atender às existências do PSD» e que para «sobreviver bastaria a si próprio», mas «essa atitude acabou».
«Por birra, desperdiçou trabalho e prejudicou os portugueses», sendo que em muitos casos preferiu fazer leis insuficientes a «reconhecer a validade das nossas propostas», e «governou exclusivamente de acordo com a sua agenda política e eleitoral», acrescentou.
Ferreira Leite questionou «como foi possível por exemplo anunciar o fim do período de sacrifícios com redução do IVA?», referindo que antes da descida do imposto entrar em vigor verificou-se que em vez de a crise ter acabado, «pelo contrário, a situação tinha piorado».
«Como se pode confiar num Governo que está preso à sua agenda política ao ponto de não perceber os sinais de alarme, continuando a agir como se nada estivesse a mudar?», questionou, sublinhando que esta atitude cria «uma enorme desconfiança e uma tremenda insegurança».
O último erro que a nova líder do PSD apontou ao socialista foi recorrer sistematicamente à evocação dos governos social-democratas «para fugir às suas responsabilidades».
A líder disse ainda, aludindo à formação de um Bloco Central, que não resulta com ela tentarem ler nas suas palavras aquilo que não diz porque fala «tudo durante as linhas» e não «entrelinhas».
A presidente do PSD reiterou a estratégia eleitoral referida na sua moção de estratégia global, defendendo que o partido deve apresentar-se «com listas próprias aos próximos actos eleitorais», sendo aplaudida.
Poderá haver «as excepções que se justifiquem no caso das eleições autárquicas», ressalvou.