Terá de pagar salários em atraso. Newrail assume exploração dos bares dos comboios da CP
Serviço de bar e cafetaria a bordo dos comboios deve ser normalizado "nos próximos dias". CP disse exigir à nova empresa que pague salários em atraso e integre todos os trabalhadores da antiga concessionária.
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A Comboios de Portugal (CP) anunciou esta quinta-feira que a empresa Newrail - Restauração e Serviços Lda vai passar a ser responsável pelos serviços de cafetaria e bar nos comboios Alfa Pendular e Intercidades depois da resolução do contrato com a Apeadeiro 2020, que não pagava salários aos trabalhadores desde janeiro.
"O prazo para a submissão de propostas pelas empresas interessadas terminou ontem, e a Newrail - Restauração e Serviços Lda foi notificada hoje da adjudicação", lê-se num comunicado enviado pela CP às redações.
Esta segunda-feira, o porta-voz da CP, Bruno Martins, garantiu em declarações à TSF que a nova empresa terá de integrar todos os trabalhadores da Apeadeiro 2020 e pagar-lhes todos os salários que estão em atraso.
"Quando entrar em atividade o novo prestador de serviço, serão incorporados. É uma exigência contratual e legal de que a CP nunca prescindirá - ou para já não prescinde -, a de que estes trabalhadores sejam integrados no novo prestador e de que todos os salários em atraso sejam imediatamente liquidados", disse.
A CP diz também, no comunicado desta tarde, ter sido lesada no processo que levou à denúncia do contrato com a Apeadeiro 2020 porque "sempre garantiu a pontualidade nos pagamentos de um serviço que não foi adequadamente prestado aos seus passageiros, causando transtorno aos seus clientes e prejuízos financeiros à CP".
Na terça-feira, a CP avançou que existiam "cinco empresas interessadas" na exploração dos bares dos comboios de longo curso.
A concessão estava entregue à Apeadeiro 2020, mas o serviço estava suspenso há várias semanas, pois a concessionária deixou de pagar salários aos trabalhadores em fevereiro e anunciou que vai pedir a insolvência.
Face a esta situação, os trabalhadores estão em greve desde 01 de março e têm-se mantido em vigília nas estações de Campanhã, no Porto, e de Santa Apolónia, em Lisboa, reclamando que os seus salários e contratos sejam assegurados diretamente pela CP, pelo menos enquanto não houver um novo concessionário.