O líder parlamentar do BE afirmou hoje que a reunião com o Governo sobre o Orçamento do Estado para 2012 permitiu perceber que haverá «medidas de austeridade ainda mais drásticas do que aquelas que estavam previstas».
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No final de uma reunião de cerca de meia hora com o ministro de Estado e das Finanças e com a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares, no Parlamento, o líder parlamentar do BE acusou o Governo de seguir uma política que vai manter Portugal num «ciclo vicioso» de «definhamento da economia e austeridade» e apelou aos portugueses para que exerçam «o seu direito à indignação».
Em declarações aos jornalistas, Luís Fazenda afirmou que «aquilo que o ministro das Finanças está a dizer aos partidos da oposição é que o ajustamento orçamental do próximo ano irá muito para além do documento de estratégia orçamental, ou seja, teremos medidas de austeridade ainda mais drásticas do que aquelas que estavam previstas no Documento de Estratégia Orçamental».
Segundo Luís Fazenda, «isto tem a ver com a fraca execução orçamental em curso, tem a ver com as dificuldades de direcção da política orçamental do Governo, tem a ver com o definhamento da economia» e significa que «o Orçamento do Estado será um sacrifício suplementar para o povo português, muito para além do que estava inicialmente admitido até pela maioria PSD/CDS».
«É pena que assim suceda, é que o Orçamento para 2012 não vai resolver, com este crescendo de medidas de austeridade, o problema económico do país, o crescimento, a necessidade de emprego e, pelo contrário, vai tornar ainda mais difíceis as condições de execução orçamental», considerou, falando numa «pescada de rabo na boca» em que a «austeridade» e o «definhamento da economia» se vão sucedendo.
O líder parlamentar e dirigente do BE referiu que o Governo «confirma» a existência de «sinais recessivos do ponto de vista da economia internacional» e apontou que a isso acresce «a crise sistémica do euro».
«Portanto, só temos de dizer aos portugueses que é necessário, de facto, exprimir o seu direito à indignação, procurar alternativas. Precisamos de alternativas de política económica, que possam realmente servir o emprego e os direitos sociais», concluiu.