"Todas as datas contam." Moedas anuncia que Lisboa vai passar a celebrar 25 de Novembro
Carlos Moedas defende que "a política tem que voltar a ser vista, sentida e vivida pelas pessoas".
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O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, assinalou esta quinta-feira o 5 de Outubro como um "tiro de partida para algo melhor" e anunciou que a autarquia vai também passar a celebrar o 25 de Novembro com "uma grande iniciativa", justificando: "Porque todas as datas contam."
Carlos Moedas foi o primeiro a discursar nas comemorações do 113.º aniversário da Implantação da República e destacou que há "datas que se tornam símbolos", que podem ser reduzidos "a meros ritos cerimoniais, repetitivos e rotineiros" ou "datas lembradas no papel, mas sentidas com apatia pelas pessoas".
"Podemos fazer deste 5 de outubro mais uma data celebrada pelos políticos, mas de certa forma ignorada pelas pessoas. Ou podemos olhar para ela como um tiro de partida para algo melhor", disse.
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"Aproveito para anunciar que para além da data histórica do 25 de Abril festejaremos também com uma grande iniciativa o 25 de Novembro. Porque todas as datas contam", acrescentou.
Na terça-feira, em conferência de imprensa, o presidente da Assembleia da República disse que as comemorações dos 50 anos da operação militar de 25 de Novembro de 1975 estão ainda fora do programa oficial das comemorações parlamentares do cinquentenário da revolução do 25 de Abril de 1974 e da Constituição de 1976.
"Os tempos não são fáceis, mas estamos aqui para não deixar ninguém para trás"
Durante a sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa referiu ainda as dificuldades que o país enfrenta e garantiu que a autarquia, juntamente com o Governo, vai reunir esforços para devolver a "esperança" ao país, nomeadamente aos jovens.
"Os tempos não são fáceis, mas estamos aqui para não deixar ninguém para trás", sublinhou. "Em Lisboa estamos a baixar os impostos há dois anos. E para o ano baixaremos mais um ponto percentual devolvendo aos Lisboetas 4,5% do seu IRS."
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, alertou que o divórcio entre a política e as pessoas pode criar um vazio "capturado pelas minorias barulhentas e os ativismos radicais" que podem levar ao fim do atual regime.
"É este o atual divórcio que todos sentem entre a política e as pessoas. A política tem que voltar a ser vista, sentida e vivida pelas pessoas. Mas entre este mundo imaginário e o mundo real das pessoas, o que é que há? Há um vazio, capturado pelas minorias barulhentas e os ativismos radicais. À falta de um ativismo social moderado que dê respostas concretas, é a estes que as pessoas se agarram", disse.
Depois de se dirigir às novas gerações, aos trabalhadores e resto do país, o presidente da Câmara de Lisboa afirmou que os ingredientes necessários na política portuguesa são o "pragmatismo", "o bom senso" e a "coragem".
O discurso do anfitrião das comemorações do 5 de outubro terminou com uma mensagem para os políticos e uma alusão a um soneto de Antero de Quental: Para no futuro não sermos uma sombra do passado, lembremos de virar para uma nova página em branco."