Mais de 200 trabalhadores da TAP participaram esta manhã numa marcha contra a greve dos pilotos. Apelam ao cancelamento da paralisação de dez dias, decretada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, com início agendado para a próxima sexta-feira.
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Bruno Estêvão trabalha na secção do transporte aéreo, com responsabilidades na área do marketing digital. Participa nesta iniciativa por uma questão de "consciência". "A situação é grave e exige uma resposta por parte de quem não está de acordo com o timing e os meios que estão a ser utilizados nesta greve".
Para este trabalhador da companhia aérea portuguesa mais do que recorrer à greve, os pilotos deviam suscitar a intervenção da justiça. "As alternativas seriam as vias legais. Ou seja, existe, supostamente, uma reivindicação dos pilotos de direito a uma percentagem do capital da empresa de 10 a 20%, acordado em 1999, segundo os meios e comunicação, mas isso é uma questão que deve ser discutida nos tribunais, não desta forma".
Para Maria do Rosário Pires, os efeitos do anúncio da greve são devastadores. "Não compreendo. Eu se fosse passageiro duvidava antes de voltar a comprar um bilhete na TAP. Acho que faltámos à confiança que depositaram em nós. Acho que nos estamos a afundar cada vez mais".
Já Eva, assistente de bordo, acusa os pilotos de não estarem a atender aos interesses de todos os trabalhadores da empresa: "Esta paralisação de 10 dias é um ato de puro egoísmo para com todos os trabalhadores da TAP".
O promotor da iniciativa, Fernando Santos, aproveita a iniciativa para fazer um apelo aos pilotos. "Tomem a decisão certa. Pensem nas consequências da decisão que estão prestes a tomar e cancelem a greve enquanto é tempo".
A greve decretada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil tem a duração de dez dias. Arranca na próxima sexta-feira.