Tráfico humano na agricultura. GNR vai estar atenta a "locais onde existam comunidades imigrantes"
Em declarações à TSF, o major da GNR Hernâni Martins explica que é necessário estar atento a "locais onde existam comunidades ou se verifiquem um maior número de comunidades imigrantes".
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A Operação Campo Seguro 2023 da GNR arranca esta terça-feira, estando previsto o reforço de ações de fiscalização nas explorações agrícolas, com o objetivo principal de combater o tráfico de seres humanos.
A campanha desta força policial, que decorre até ao final do ano em todo o território nacional, visa reforçar o patrulhamento e a fiscalização das zonas agrícolas, mas também sensibilizar a população para a problemática da exploração laboral.
O major Hernâni Martins, da divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR, explica que é necessário estar atento a "locais onde existam comunidades ou se verifiquem um maior número de comunidades imigrantes".
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"Há também a identificação de locais onde existem comunidades que são itinerantes e que vão aparecendo em determinadas zonas agrícolas e florestais para a apanha de determinado tipo de fruta, como é a questão da apanha da azeitona, a questão da vindima, enfim, várias situações que vamos procurar estar atentos de forma a que se identifiquem situações em que haja exploração laboral", esclarece o major em declarações à TSF.
Hernâni Martins pede assim especial atenção para os locais onde "haja transformação de qualquer matéria-prima", destacando ao mesmo tempo que é essencial perceber a nacionalidade das pessoas que trabalham nestas explorações, a fim de perceber se estas estarão "legais no país ou não".
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Atendendo ao número de acidentes que envolvem veículos agrícolas registados - em 2022 contabilizaram-se 561 acidentes, com 47 vítimas mortais e 64 feridos graves - a Operação Campo Seguro inclui ainda a prevenção deste tipo de acidentes, através de ações de sensibilização dirigidas "principalmente" aos utilizadores de tratores e máquinas agrícolas.
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O major lembra a importância da manutenção dos veículos, que se não for feita, causa o seu "mau funcionamento" e ainda da utilização do "regularmente chamado arco de Santo António" por parte dos condutores dos tratores. "Ter atenção a não conduzir sob o efeito de álcool e adequar a velocidade às condições do próprio veículo e do local onde se trabalha, respeitar os limites de carga e também a importância para a frequência de formações teóricas e práticas", aconselha Hernâni Martins.
Para garantir que "as diversas campanhas agrícolas decorram de num clima de segurança", a GNR afirma que vai recorrer a militares de diferentes valências, nomeadamente, dos Comandos Territoriais, do Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente, da Unidade de Segurança e Honras de Estado e da Unidade de Ação Fiscal.
"Para fazer face à criminalidade transfronteiriça, serão efetuadas ações de controlo e fiscalização do transporte de produtos agrícolas e florestais nos pontos de passagem da fronteira terrestre, em coordenação com a Guarda Civil", lê-se no comunicado publicado no site oficial da GNR.