"Tratamento público insultuoso." Frederico Pinheiro aponta o dedo a Costa, Galamba e SIS
O ex-adjunto do ministro João Galamba garante ter desempenhado as suas funções "de forma empenhada e leal", sem nunca ter "sonegado ou omitido informação".
Corpo do artigo
Frederico Pinheiro diz ter sido alvo de um "tratamento público insultuoso". O ex-adjunto de Galamba acusa o ministro das Infraestruturas e o primeiro-ministro, António Costa, de "injúrias e difamação" e o Serviço de Informações de Segurança (SIS) de "ameaças".
Frederico Pinheiro, na sua intervenção inicial, agradeceu a oportunidade para se fazer ouvir na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP, após três semanas, e passa pelos seis anos em que desempenhou funções de adjunto em gabinetes de três Governos liderados por António Costa.
16370565
"Do primeiro ao último dia cumpri sempre as minhas funções de forma empenhada e leal, que obrigaram a jornadas de trabalho contínuas. Considero ter sido leal, rigoroso e trabalhador durante todos estes anos. Leal nas dezenas de vezes em que cooperei com o gabinete do primeiro-ministro através do ministério. Leal porque nunca soneguei ou omiti informação para a tomada de decisão política dos membros do Governo com quem trabalhei", afirmou.
Pinheiro disse também que conhece Galamba "há cerca de uma década" e mostrou ter "muito orgulho" no trabalho que desenvolveu "em equipa, nos últimos seis anos".
Depois, acusou o SIS, António Costa e João Galamba de ameaças e injúrias.
"Fui alvo de um tratamento público insultuoso, difamatório e deplorável. Fui ameaçado pelo SIS e injuriado pelo primeiro-ministro e pelo ministro", considerou.
Frederico Pinheiro justificou a presença na CPI à TAP para não permitir que "destruam" o seu nome.
O caso, que remonta a 26 de abril, envolveu denúncias contra o ex-adjunto por violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil, já depois de ter sido exonerado por "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades" inerentes ao exercício das funções. E a polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do SIS na recuperação desse computador.
O adjunto exonerado acusa, por sua vez, o Ministério das Infraestruturas de tentativa de ocultação de documentos pedidos pela CPI à TAP relativamente às notas que tirou na reunião preparatória da audição de Christine Ourmières-Widener, ex-presidente executiva da companhia aérea, na véspera da audição na comissão parlamentar de Economia.
O ministro das Infraestruturas negou as acusações, sublinhando que não houve ocultação, uma vez que as notas, enviadas pelo ex-adjunto no corpo de um e-mail, foram endereçadas à comissão de inquérito.