Tripulantes da easyJet terminam greve de cinco dias com balanço "muito positivo"
Trabalhadores reclamam condições equivalentes às que são dadas aos funcionários da empresa noutros países.
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Cinco dias depois de ter começado, a greve dos tripulantes de cabine da easyJet em Portugal por condições semelhantes às aplicadas aos trabalhadores da empresa noutros países chega esta terça-feira ao fim com o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) a fazer um balanço "muito positivo" da mesma.
Em declarações à TSF, Ricardo Penarróias assinala que a paralisação teve uma adesão de "mais de 90%, mesmo contra tudo, desde uma desinformação total a ataques por parte da empresa, acusações gratuitas por parte da empresa, tentativas por parte da empresa de contornar a lei, e contornar a greve recorrendo a tripulantes de outras bases para poder colmatar as falhas que havia em bases como Lisboa e Porto".
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O SNPVAC lamenta que a easyJet tenha interrompido as negociações por causa da greve e que não dê sinais de querer chegar a acordo com os trabalhadores, o que os levou à concentração desta manhã em frente ao aeroporto de Lisboa, num local com simbolismo próprio.
O protesto acontece no terminal um "porque recordamos que a empresa iniciou a sua base em Lisboa no terminal dois e, recentemente, passou para o terminal um, o que demonstra a consolidação da marca como a segunda empresa, a segunda companhia em Portugal", assinala Penarróias.
No local está "um volume importante de tripulantes a demonstrar a sua insatisfação" que, apesar das "dificuldades que estão a passar, do transtorno que eles próprios estão a ter por causa das greves - a verdade é que não voando, não ganham -, sabem e têm consciência de que é a única maneira que a empresa tem de os ouvir".
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Nas faixas e cartazes leem-se frases como "Bónus milionários, salários precários" ou "Aviação em expansão, salários é que não".
Os trabalhadores alegam que a easyJet teve lucros astronómicos, com as bases portuguesas a serem das mais rentáveis para a companhia aérea, e que, por isso, tem de dar aos portugueses as mesmas condições que dá aos tripulantes noutros países.
Esta é a terceira greve destes trabalhadores no espaço de cerca de três meses. Na sexta-feira, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, fonte do sindicato indicou à Lusa que os destinos mais afetados pela paralisação eram Madeira, Londres, Paris, Genebra e Luxemburgo.