Foram poucos meses, mas muitas aprendizagens. Em dia de aniversário, a TSF quis saber onde andam e o que fazem dois dos muitos estagiários que, ao longo dos anos, passaram pela redação da "rádio que mudou a Rádio".
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Pedro Benjamin é atualmente jornalista nas manhãs da Golo FM, uma rádio desportiva que emite "online", mas também para algumas regiões do país. Estagiou na TSF durante três meses, em 2014, como parte do mestrado em Comunicação e Jornalismo da Universidade de Coimbra.
Da TSF levou, sobretudo, a escrita de rádio, muito diferente do que se faz na imprensa: "na rádio, temos de escrever claro. Foi aprimorar o texto e torná-lo cada vez mais simples e cada vez mais claro".
Escrever, mas também lidar com "pequenos detalhes técnicos": "a saliva era um dos grandes problemas que eu tinha; dava sempre muitos estalidos! Ao longo do tempo, aprende-se a controlar".
Pedro Benjamin confessa que nunca sentiu o "bichinho da rádio", mas descobriu-o na Universidade. Começou o curso da RUC, a Rádio Universidade de Coimbra, mas não chegou ao fim.
Ainda assim, aprendeu muito, fez de tudo um pouco e gostou: "deu para fazer desporto, peças sobre telefones, sobre o Bob Marley, até uma reportagem sobre casas de banho!"
Na RUC, rádio-escola com três décadas de vida, Benjamin teve "liberdade para todo o tipo de experiências", para descobrir a chamada "magia da rádio": "comunicar sem imagem, contar às pessoas o que estamos a ver e levá-las para lá".
Na TSF, foram três meses de estágio na equipa da noite. Um horário que acabou por revelar-se uma vantagem, sem a grande pressão das notícias: "havia mais tempo para as pessoas da equipa me ajudarem a crescer".
Um "crescimento" que mereceu duas reportagens "no ar".
Das notícias da Rádio para as séries da TV
Se Pedro Benjamin continua na rádio, João Agostinho mudou de "ramo". Trabalha como coordenador de programação do canal televisivo Fox em Portugal.
A passagem pela TSF durou quatro meses e, desse tempo, já lá vão cinco anos, resultou uma tese sobre "A internet na redação da rádio TSF", para o mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade Católica.
Da experiência, que classifica como "excelente", levou o "ritmo de trabalho", que considera "muito parecido" ao que hoje tem no seu trabalho. E muitas memórias do que aprendeu, na redação e na rua.
João Agostinho lembra a grande manifestação de 15 de setembro de 2011, em que Portugal saiu à rua contra a "troika". Foi desafiado a ir "recolher depoimentos". "Pude falar com muitas pessoas, recolhi muitos sons e montei a minha própria reportagem", que depois mereceu o "ouvido crítico" da equipa da tarde, em que estagiava.
Essa reportagem não foi emitida, mas uma certa entrevista teve mais sorte. Foi no "Twitter" que descobriu a opinião de um economista norte-americano que defendia que Portugal tinha sido empurrado para o resgate externo.
Deu conta da "descoberta" à redação e a proposta não demorou: chegar ao autor, professor numa universidade nos Estados Unidos.
"Nunca achei possível conseguir contactá-lo". Mas a verdade é que bastaram dois ou três telefonemas para a universidade. Pouco depois, a entrevista estava "no ar" na TSF.
"Foi o primeiro órgão de comunicação em Portugal a conseguir falar com ele. Mais nenhuma rádio conseguiu, nem nenhuma televisão".