É a decisão que sai da cimeira extraordinária de hoje em Bruxelas. Os lideres europeus vai também avançar com ações para capturar e destruir as embarcações usadas no transporte de imigrantes ilegais.
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Os líderes da União Europeia (UE) querem combater o tráfico de imigrantes ilegais ainda em terra, destruindo os barcos antes que os contrabandistas os possam utilizar, anunciou hoje o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
No Conselho Europeu de hoje, marcado para debater a "situação trágica no Mediterrâneo", que já provocou a morte de centenas de migrantes, foi decidido que a Alta Representante para a Política Externa, Federica Mogherini, irá "preparar ações para capturar e destruir as embarcações dos traficantes antes que estas possam ser usadas, em linha com o direito internacional e respeitando os direitos humanos", anunciou Tusk.
O presidente do Conselho Europeu salientou ainda que será aumentada a cooperação contra redes de contrabando, através da Europol e colocando agentes de imigração em países terceiros.
Tusk disse também que a UE vai triplicar as verbas e "aumentar significativamente" o apoio logístico da operação "Tritão" de patrulha e salvamento no Mediterrâneo, tendo os Estados-membros assumido o compromisso de reforçar o número de navios, helicópteros e peritos.
Jean-Claude Juncker, o presidente da Comissão Europeia, precisou entretanto que essa verba será triplicada, crescendo para 120 milhões de euros.
Falando no final do Conselho Europeu extraordinário, Pedro Passos Coelho disse que o Governo avaliará a natureza e dimensão do reforço da participação portuguesa em funções das necessidades que forem identificadas pela Frontex, a agência europeia de gestão das fronteiras externas.
"Portugal irá participar nesse esforço na medida em que a Frontex conseguir agora transmitir o conjunto de necessidades e meios de que necessita (...) Estamos disponíveis a dar um contributo maior", declarou, lembrando que Portugal já tem participado ativamente nas operações no Mediterrâneo com meios militares, navios-patrulha, força aérea e elementos de forças de ordem, incluindo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
O primeiro-ministro disse esperar que a planificação da Frontex seja concluída muito em breve, para que os Estados-membros saibam em concreto quais os meios mais necessários que poderão disponibilizar.
Angela Merckl já disse que, no que depender da Alemanha, o fundo que agora vai ser triplicado, pode ser de novo aumentado, caso seja necessário.
"O dinheiro, neste caso, não pode ser um problema", disse a chanceler alemã.