"Um apelo de luta contra o desperdício." Peregrinos vão poder doar comida do kit da JMJ
"Sentimos muito que quando se desperdiça comida (...) estamos a tirar comida de cima da mesa de pessoas que não têm os recursos necessários", confessa Isabel Jonet, em declarações à TSF.
Corpo do artigo
A Presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, fez esta segunda-feira um "apelo de luta contra o desperdício" durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), explicando que a comida disponível no kit dos peregrinos que não seja consumida pode ser doada àqueles que mais necessitam.
Entrevistada por Fernando Alves no Jornal da Jornada Mundial da Juventude, Isabel Jonet destaca que o objetivo desta campanha, lançada em parceria pela JMJ e pelo Banco Alimentar, é fazer com que os jovens "sirvam de amplificador, que levem para as suas terras esta mensagem de que não devemos desperdiçar nada e de que devemos partilhar".
"Sentimos muito que quando se desperdiça comida, seja na agricultura, seja na indústria, seja na destruição, seja nas nossas casas, estamos a tirar comida de cima da mesa de pessoas que não têm os recursos necessários e estamos naquilo que é um absurdo económico, a gastar recursos que podiam ser canalizados para outras finalidades, criando muitos impactos ambientais", alerta.
TSF\audio\2023\07\noticias\31\isabel_jonet_jmj
Numa lógica em que "tudo é aproveitado", as chamadas "caixas de partilha", cedidas por uma cooperativa agrícola, que serão devolvidas no final do evento, vão estar dispersas ao longo do percurso e será aqui que os milhares de peregrinos podem colocar todos os alimentos que não sejam consumidos, "desde que embalados".
"Se não querem comer aquilo que vai no kit do peregrino, partilhem primeiro com o vizinho. E não querendo o vizinho, coloquem nas caixas de partilha - que estão ao dispor de cada um", apela a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome.
Os alimentos, "quando devidamente verificados para garantir a segurança alimentar" vão ser recolhidos pelo Banco Alimentar e serão posteriormente "encaminhados para pessoas com carências alimentares comprovadas".
"Esta inquietação da luta contra o desperdício move-nos diariamente para chamar à atenção para aquilo que é algo que só se cada um de nós quiser é que se pode mudar", conclui.