Cartazes para lembrar vítimas de abuso? "Façam o que entenderem, no respeito pela lei"
O cardeal patriarca de Lisboa lembrou que a Conferência Episcopal também não esquece os casos de abuso sexual na Igreja Católica em Portugal.
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O cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, desvalorizou a iniciativa de quase 300 pessoas que angariaram fundos para colocar três cartazes em Lisboa, Loures e Oeiras, durante os dias da Jornada Mundial da Juventude, para lembrar que "mais de 4800 crianças foram abusadas pela Igreja Católica em Portugal".
"Façam o que entenderem fazer, no respeito pela lei", afirmou Manuel Clemente durante a primeira conferência de imprensa da organização da Jornada Mundial da Juventude.
Depois, lembrou que a Conferência Episcopal também não esquece o que aconteceu e fez um memorial que tem de servir "não apenas de reparação", mas também para "chamar a atenção para um problema latente".
"Um memorial que recorde que existe este problema e para o qual temos de estar muito atentos e alerta. O encontro das vítimas com o santo padre será realizado com a descrição com que se realiza sempre. Muitas delas pediram-nos exatamente isso. É um testemunho e depoimento para que o assunto tenha a resolução possível", contou o cardeal patriarca de Lisboa.
Além disso, ressalvou que a preparação da JMJ em Portugal superou as expectativas.
"A Jornada Mundial da Juventude é um evento único a esta escala, com uma ampla projeção para o exterior, a nível mundial e há tanto tempo. Já percorreu quatro continentes, falta chegar a África, onde chegará também. Desde as autarquias ao Presidente da República, todos foram entusiastas na realização da Jornada", acrescentou.
A JMJ, considerado o maior evento da Igreja Católica que vai contar com a presença do Papa Francisco, decorre em Lisboa de terça-feira a domingo. As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.