Já estão à vista de todos os três cartazes que lembram vítimas de abusos sexuais na Igreja
Os outdoors foram colocados na Alameda, em Algés e em Loures.
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Da internet para a rua: já estão à vista de todos os três cartazes que pretendem lembrar as vítimas de abusos sexuais por parte da Igreja Católica. A ideia nasceu de um grupo de internautas, na rede social Twitter, que angariaram quase 3000 euros em poucos dias.
No dia em que o papa Francisco chega a Lisboa, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, um destes cartazes já foi erguido à saída do metro da Alameda, de costas viradas para o Instituto Superior Técnico e de frente para a Almirante Reis.
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Nestes cartazes, com uma estética semelhante à do design da Jornada Mundial da Juventude, são visíveis milhares de pontos vermelhos, um por cada vítima, e a frase em inglês "mais de 4800 crianças abusadas pela Igreja Católica em Portugal".
Além da Alameda, durante esta madrugada os outdoors também foram colocados em Loures, perto do tribunal, e em Algés, perto da estação.
Os mobilizadores da iniciativa explicaram esta semana à TSF que tiveram um "assomo de indignação" e querem respostas por parte da Igreja Católica sobre o assunto.
Também esta semana, em resposta aos cartazes, o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, desvalorizou a iniciativa.
"Façam o que entenderem fazer, no respeito pela lei", afirmou Manuel Clemente durante a primeira conferência de imprensa da organização da Jornada Mundial da Juventude.
Depois, lembrou que a Conferência Episcopal também não esquece o que aconteceu e fez um memorial que tem de servir "não apenas de reparação", mas também para "chamar a atenção para um problema latente".
A JMJ, considerado o maior evento da Igreja Católica que vai contar com a presença do Papa Francisco, decorre em Lisboa até domingo. As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.