O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) apela à defesa do musgo na época natalicia.
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Muitas espécies de musgo estão protegidas por lei, mas o diretor do departamento de Conservação da Natureza e Biodiversidade do ICNF, Carlos Albuquerque alerta que nenhum musgo deve ser apanhado apenas por causa de duas ou três semanas de celebração do Natal.
De acordo com Carlos Albuquerque, "existe uma proibição através de uma diretiva comunitária de um conjunto de espécies, que são aquelas que são mais vezes apanhadas nesta altura do ano, e haverá então espécies que não estão abrangidas por essa proibição. E, por causa de uma situação que começou a ser o emprego de musgo, em presépios que há alguns anos começou a ser feito, e que hoje em dia se generalizou, estamos a fazer o desbaste e uma colheita que não é sustentável para a viabilidade dessas populações de musgos".
Um presépio sem musgo, tal como já se fazem centros de mesa de Natal sem azevinho, é o que defende o ICNF. Apesar de não haver penalizações para quem apanha o musgo, o ICNF aposta antes na educação ambiental.
"Vamos apostar muito na educação ambiental e na sensibilização das pessoas. As pessoas já perceberam que o pinheiro de Natal também não pode ser pegar no carro e ir a um sítio qualquer cortar um pinheiro, levar para casa e depois deitar fora passada duas ou três semanas. Hoje em dia, quem quer pinheiro de Natal ou compra artificiais, ou então compra aqueles que já são vendidos de propósito e que já são licenciados e certificados e sabemos que estão a vir de uma origem que é sustentável, e o musgo terá que evoluir para esse cenário também. Portanto, e como o musgo é uma coisa mais pequenina, são tapetes pequeninos de que ninguém se apercebe, nós temos de apelar às pessoas para que não recolham na natureza", sublinha Carlos Albuquerque.
Nas áreas protegidas, o musgo não se pode apanhar e, fora das áreas, apela-se ao bom senso. Carlos Albuquerque dá nota da importância do musgo para os ecossistemas, desde logo porque "pode ter aquela função de esponja, como primeiro elemento, de tentar amortecer as cheias e de tentar manter a água no local, em vez de correr para jusante. Ele próprio também é ambiente de outras espécies, também é reduto de biodiversidade que só por si é valiosa. E há muitas coisas que nós hoje começamos a aprender sobre as espécies que têm valor para a saúde, para a economia e que nós não podemos pura e simplesmente deixar desaparecer".
Assim, o ICNF aconselha aos entusiastas dos presépios que procurem materiais alternativos na montagem destas decorações de Natal.