Uma startup criada na Universidade do Algarve promete resgatar carbono ao mesmo tempo que purifica o sal.
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Restaurar o ecossistema das ervas marinhas, purificando a água das salinas, ao mesmo tempo sequestrando carbono é o objetivo do projeto em que está envolvida a startup criada na Universidade do Algarve, a BlueZ C.
O projeto vai arrancar no final deste inverno, primeiro apenas numa salina de Castro Marim, propriedade da empresa MadeInSea." É a primeira vez que se está a fazer a nível mundial, utilizar estruturas já montadas, como as salinas, para produzir ervas marinhas", garante o investigador Rui Santos. " Isto pode ser replicado por qualquer salina deste mundo que tenha estes tanques de receção de água", explica.
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O biólogo marinho considera que este projeto traz mais-valias para as empresas que produzem sal. Através do cultivo de ervas marinhas nesses tanques existentes nas salinas, será possível tornar o produto mais puro.
"O sal passa por esta forma de purificação que são as ervas marinhas, os nutrientes são reduzidos e a água oxigenada", continua. Além disso, se existirem microplásticos na água, as ervas marinhas também os filtram.
Além de purificar o sal, as plantas marinhas são o melhor meio para sequestrar carbono.
"O que as ervas marinhas fazem,assim como os sapais e mangais, com maior eficiência do que as florestas, é que a matéria orgânica produzida é enterrada no sedimento e esse é todo o carbono que é retirado" da atmosfera.
No meio aquático, as ervas marinhas são maternidades para peixes e outros orgaismos aquáticos. No entanto, a sua existência está a diminuir a olhos vistos. Nos últimos anos decresceu cerca de 40% nos últimos anos. Este projeto quer tornar possível que, cultivadas em meio controlado, elas possam ser mais tarde transplantadas para o ecossistema natural.
"Pode-se apanhar estas plantas das salinas para fazer o restauro das populações naturais, como a Ria Formosa ou outros quaisquer lados", exemplifica. "E isso também é uma mais valia para as empresas porque podem vender esse material biológico", assegura o investigador