"Uma heroína." Jovem que esteve desaparecida no mar está "estável" e em "fase de hidratação"
O médico acredita que a jovem terá um período curto de convalescença e recuperação.
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O diretor clínico do Centro Hospitalar Universário do Algarve fez esta segunda-feira de manhã uma avaliação clínica da jovem de 17 anos que esteve mais de 20 horas desaparecida no mar e contou aos jornalistas que a rapariga está "estável" e a passar por uma "fase de hidratação" depois de tanto tempo exposta ao sol, sem alimentação e com elevados níveis de stress.
"Tem manifestações de sonolência e algumas dores a nível muscular, mas não tem lesões graves. Está numa fase de hidratação e das suas funções fisiológicas, mas penso que a evolução será favorável. Não sei quando poderá ter alta, mas diria que dentro de 24 ou 48 horas, provavelmente, se tudo correr bem. Nesta fase o sensível é ver se a função renal se mantém, se com a hidratação há problemas a nível da função cerebral porque às vezes, com a ingestão de líquidos, há situações de edema cerebral, mas não estamos a prever isso", explicou Horácio Guerreiro.
O médico acredita que a jovem terá um período curto de convalescença e recuperação.
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"Está no S.O. da pediatria, com monitorização. Está acompanhada pela mãe, com alta vigilância. Está bem, muito calma. Dei-lhe os parabéns pela resistência. Claro que ainda não está muito comunicativa nesta fase, mas é muito resistente e tranquila. Com tanto tempo no mar, com condições de stress máximo, é surpreendente para todos. Esta miúda é uma heroína, sem dúvida nenhuma", acrescentou o diretor clínico do Centro Hospitalar Universário do Algarve.
Quando foi encontrada, a jovem conseguiu dizer o seu nome e que é de Setúbal. O coordenador da operação aproveitou para recordar que "o mar ainda não está para brincadeiras", visto ainda ser "o mar do inverno", e desejou que estes incidentes não se repitam.
Meios terrestres, marítimos e aéreos buscavam desde sábado ao fim do dia a jovem de 17 anos, que desapareceu cerca das 20h00 na prancha de paddle, empurrada pelo vento, na praia do Coelho, em Vila Real de Santo António.
Segundo o relato feito, o vento soprava de norte e a jovem terá entrado "numa espécie de pânico/susto e não remou", o que fez com que "o vento lhe pegasse e ela começasse a deslocar-se para sul".
Segundo o coordenador, os primeiros a chegar ao local (em 25 minutos) foram duas embarcações semirrígidas, uma da estação salva-vidas e outra da Polícia Marítima de Vila Real de Santo António.
Os meios ativados durante o dia incluíram elementos do Comando-Local da Polícia Marítima de Vila Real de Santo António, da Estação Salva-Vidas da mesma cidade e da Estação Salva-Vidas de Tavira, o navio NRP Cassiopeia (da Marinha Portuguesa), bem como elementos da Unidade de Controlo Costeiro da GNR e da Sociedade de Salvamento e Segurança Marítima (SASEMAR), de Espanha.
Para o local também foram mobilizados militares da Marinha Portuguesa, com recurso a uma mota 4x4 da vigilância motorizada da Autoridade Marítima Nacional, e elementos do Serviço Municipal de Proteção Civil de Vila Real de Santo António, com recurso a viaturas todo-o-terreno, para efetuarem buscas por terra.