Ordens do Governo não resolveram problemas. Associação das USF aponta falta de seringas, compressas, pensos ou simples medicamentos para as dores.
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A Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar garante que o despacho do Governo de meio de agosto para reforçar os stocks de medicamentos e dispositivos de saúde ainda não teve qualquer efeito.
Na prática, a associação diz que mantêm-se e até se têm agravado os casos de falta de material básico de apoio a consultas nas Unidades de Saúde Familiar.
O presidente detalha que "quem obviamente paga são os profissionais de saúde e os utentes pois fica limitada a prestação de cuidados adequados, impossibilitando-os de todo em alguns casos".
Diogo Urjais explica, por exemplo, que as unidades da Administração Regional de Saúde do Centro não receberam este mês, setembro, luvas não esterilizadas, compressas ou medicamentos básicos como o Relmus ou Voltaren.
"Isto começa a chegar a uma situação que ultrapassa o limite do tolerável, que se arrasta ao longo dos anos e que a pandemia veio exacerbar", afirma o responsável que alerta igualmente para falhas de seringas ou pensos.
A 18 de agosto, perante o prolongar da pandemia, o Ministério da Saúde determinou, em despacho, com metas concretas, que todas as unidades do Serviço Nacional de Saúde devem reforçar os stocks de medicamentos, dispositivos médicos, equipamentos de proteção individual, reagentes e outro material de laboratório.
Fonte hospitalar contactada pela TSF refere que nos hospitais não têm surgido problemas para cumprir a ordem, nomeadamente porque podem fazer as compras diretamente aos fornecedores, mas a associação das Unidades de Saúde Familiar diz que não têm autonomia financeira e têm de fazer os pedidos de reforço de stocks às administrações regionais de saúde que não têm dado resposta.
Diogo Urjais revela que em alguns casos são os próprios profissionais de saúde a ter de comprar os produtos em falta.
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